domingo, 12 de dezembro de 2010

Férias, Natal, Ano Novo.....e como fica a alimentação?


É chegado o mês em que mais se tem oportunidades de ingerir grandes quantidades de alimento no ano! Férias, Natal, Festa de Ano Novo e tudo isso é sempre regado a muita comida. E então, o que fazer?

Primeiramente, ninguém é proibido de experimentar as delícias desta época, o segredo está na moderação e no bom senso!


Pode parecer difícil pensar em experimentar pequenas quantidades de alimentos tão atrativos, mas pense que experimentar muito ou pouco de um alimento não muda o gosto dele e o prazer do momento será o mesmo. Talvez o prazer dure mais quando a quantidade é maior, mas a sua saúde deve sempre vir em primeiro lugar e, se não cuidar dela hoje, talvez amanhã seja tarde demais!


Por isso, algumas dicas para situações comuns nessas datas:


Férias combina muito com cinema, churrascos na casa de amigos, passeios na casa da avó, ida à praia, enfim...Todos esses passeios devem ser feitos, mas existem algumas dicas para manter a qualidade da alimentação, sem abrir mão de nada.


Ir ao cinema é sinônimo de pipoca para muitas pessoas, e é comum o cheiro atrair a todos de longe! A pipoca é permitida, mas não há necessidade de comprar o maior pacote e também não há necessidade de acrescentar a manteiga. A água ou o guaraná pequeno, são opções melhores que o guaraná ou a coca grandes! Ou seja, a pipoca e o refri são liberados nesta ocasião especial, mas é necessário ter bom senso.


Nos churrascos, é comum petiscarmos o dia todo, sem fazer um prato que equivalha a uma refeição. Isso contribui para que sintamos fome o dia inteiro e petisquemos o tempo todo, sem ter noção do quanto comemos ao final do Churrasco. O ideal é fazer um prato, com carne, arroz, farofa, saladas, e come-lo como uma refeição. Isso saciará o seu organismo e fará com que você não tenha fome pelo menos nas 3 próximas horas. Caso você tenha vontade de beliscar, procure não exagerar e deixo claro que não será fome ou necessidade fisiológica, talvez seja gula.


Os passeios na casa da avó são sempre cheios de muitos agrados: doces, bolos, chocolates, que são feitos com uma ótima intenção das avós, mas sempre desarranjam a nossa alimentação. Para isso fica a dica: não é preciso dispensar as delícias da vovó, mas tenha moderação e faça escolhas. Escolha, por exemplo, dois dos doces e coma 1 pedaço de cada. Assim, é possível experimentar os doces, sem comprometer a qualidade da alimentação.


Na praia é um outro problema, pois os carrinhos de sorvete, milho verde, pastel e refrigerante passam a todo momento. Mais uma vez é hora de fazer escolhas certas! Não é proibido tomar o sorvete, mas procure optar pelos de frutas e não exagere na quantidade! Entre o milho verde e o pastel, prefira o milho, sem dúvidas! O pastel além de gorduroso, tem recheios que ficam expostos ao calor extremamente forte da praia, o que pode comprometer a integridade desses alimentos. Água de coco está liberada e muito incentivada, pois é essencial para hidratá-lo neste calor!


Já nas ceias de Natal e Ano Novo, é importante deixar claro que nada é proibido, o que é proibido é exagerar!
Experimente um pouco de cada coisa e não muito de poucas coisas. Faça um prato, e o considere como uma refeição, procure não beliscar.
Prefira o peru ao pernil e chester!
As frutas da época estão liberadas. As frutas secas devem ser consumidas também, mas com moderação, pois em grandes quantidades elas se tornam vilãs!


O segredo é moderar sempre e não deixar que as exceções desta época tornarem-se regra, ou seja, não é porque é época de festas que todos os dias vamos nos exceder e comermos mais do que o normal. O ideal é comermos normalmente e saudavelmente todos os dias e deixarmos os excessos para dias exporádicos. E mesmo assim, não se esqueça de seguir as dicas dadas neste post! São importantes para a sua saúde, pode acreditar!



Boas festas!!!!!!!!!!

Até mais!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Você sabe a real diferença ente light e diet?


Como sempre, a falta de tempo tem me impedido de publicar mais posts aqui no blog, mas sempre que dá eu passo por aqui. Hoje resolvi fazer um breve esclarecimento sobre os produtos light e diet.

A maioria das pessoas e, inclusive eu até pouco tempo atrás, acreditam que os produtos diets são aqueles "sem açúcar", enquanto os lights são os "sem godura". Na verdade não é bem assim.

O termo diet significa que houve a retirada TOTAL de algum nutriente, que não necessariamente será o açúcar. Pode ser retirada total de sal, de gordura ou de algum outro nutriente, como o próprio açúcar. O que acontece, muitas vezes, é que o conceito errado de que diet é sempre "sem açúcar" leva um número muito grande de diabéticos a consumirem produtos que levam o diet na embalagem, mas não são isentos de açúcar e sim de outro nutriente, como sal, por exemplo. Ou seja, pensam que estão consumindo um produto apropriado para eles, quando na realidade não estão.

Por isso, a nutricionista Dra. Roseli Rossi orienta para que todas as pessoas com restrições dietéticas que possuem o hábito de consumir alimentos diets olhem sempre os rótulos e vejam a isenção de qual substância torna o produto diet. Se é o açúcar, o sal, a gordura, enfim...

Já os produtos lights tem redução calórica de pelo menos 25%, ou pela diminuição de gorduras ou de açúcares. Não é necessariamente a ausência de gorduras como se pensa.

Pensando assim, um produto que é diet por isenção de açúcar acaba sendo light, pois se não tem açúcar tem menos calorias e, consequentemente, é light!

Espero que as dicas tenham ajudado!
Até a próxima!!!



Conceito aprendido durante aula no Ambulatório de Obesidade Infantil do HCFMUSP.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tubérculos: o que são e pra que servem?


Depois de algumas semanas sem postar, retorno com o tema "tubérculos".
Quero me desculpar pela ausência, mas o tempo estava bastante curto por conta das provas e dos seminários que eu precisava apresentar! Além isso, está difícil conseguir um nutricionista que se comprometa em corrigir os meus textos semanalmente e sem falta, o que é perfeitamente compreendido, pois eles devem ter inúmeros afazeres e pouquíssimo tempo disponível. Mas enfim, vou continuar me empenhando para trazer assuntos interessantes e um conteúdo absolutamente confiável!
Então vamos lá!


Quando falamos sobre tubérculos, imagino que vem à mente de todos a famosa batata, afinal, ela é conhecida de todos, combina com quase tudo e é de fácil preparo. Entretanto, outros ingredientes dessa família merecem fazer parte do seu hábito alimentar e você verá o por quê!

Primeiramente, vamos entender no que consiste um tubérculo. Ele é a parte grossa de um caule que cresce debaixo da terra e se comporta como um "órgão" de reserva de energia. Ou seja, eles são boas fontes de carboidratos, que sempre deve fazer parte da alimentação diária por ser a principal fonte de energia para o organismo.

Relativamente mais importante que os carboidratos, essa família de alimentos fornece quantidades significativas de Vitaminas C e B, segundo a nutricionista Mariana Fróes, do Centro Multidisciplinar da Dor. Como já visto em posts anteriores, a Vitamina C tem papel importantíssimo na prevenção de doenças por fortalecer o sistema imunológico e combater radicais livres, enquanto as Vitaminas do complexo B tem importante função no sistema nervoso central. Além dessas, outras vitaminas e minerais estão presentes de forma peculiar em cada tubérculo, como veremos adiante:

Cenoura: Contém grande quantidade de vitaminas A, B e C. Ela ajuda no desempenho dos receptores da retina, auxiliando a visão, além de participar da manutenção de unhas, cabelos e mucosas em geral. É pouco calórica, fornecendo apenas 30 Kcal a cada 100g do alimento.

Beterraba: Fonte de ferro, potássio e ácido fólico (Vitamina B9). O ácido fólico é essencial para o desenvolvimento do feto. Além disso, a beterraba é aliada no combate à anemia e às doenças cardiovasculres. Também possui poucas calorias, sendo cerca de 32 Kcal a cada 100g do alimento.

Nabo: Fornece altas quantidades de Vitamina C, cálcio e potássio. Suas folhas devem ser usadas por conter quantidades altíssimas de betacaroteno, um antioxidante muito poderoso que pode ser convertido em vitamina A pelo organismo. Pouco calórico, contém cerca de 18 Kcal a cada 100g do alimento.

Batata: Rica em vitamina C e em todas as do complexo B, principalmente a B6, atua na formação das células do organismo, além de possuir pequena quantidade de quercetina, uma substância que é anticarcinogência. Mais calórica que as anterioses, oferece 80 Kcal a cada 100g do alimento.

Inhame: Excelente fonte de Carboidratos, Vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo. É um alimento de fácil digestão e devido aos minerais presentes, pode ser importante na fortificação de dentes e ossos. Bastante calórico, oferece 97 Kcal em 100g do alimento.

Mandioca: Rica em fibras, também é fonte de licopeno e betacaroteno. É de digestão mais lenta, ajuda no trânsito intestinal. Altamente calórica, possui 125Kcal em 100g do alimento.

Rabanete: Riquíssimo em vitamina C, além de possuir poucas quantidades de ferro e potássio. Promove resistência contra infecções, além de evitar problemas de pele. Pouquíssimo calórico, possui 14 Kcal a cada 100g.

Batata-doce: Rica em vitamina A e carboidratos. Auxilia na saúde das mucosas, previne infecções e auxilia no crescimento. Um pouco calórica, possui 77 Kcal a cada 100g do alimento.


Forma de consumir:

É importante incluí-los na dieta devido às peculiaridades nutricionais de cada um deles. Seria interessante consumir frequentemente um pouco de cada, deixando o prato bem colorido e nutritivo.

Para deixá-los mais saudáveis, é interessante consumir de forma cru, assada, purês, sopas ou cozidos no vapor.

Cenoura, Rabanete e Nabo, que possuem altas concentrações de vitamina C (hidrossolúvel), seria interessante consumi-los crus, em forma de saladas, para não perder a grande oferta de vitaminas durante o cozimento.

Sobre as quantidades, seria interessante incluir sempre um tubérculo na refeição, ou um pouquinho de cada um deles. Se quiser substituir o arroz ou macarrão ou pão por inhame, batata ou mandioca é permitido, segundo a nutricionista Mariana Fróes. Também pode-se diminuir a quantidade de cada um deles, por exemplo: Ao invés se duas colheres de arroz, come-se apenas 1, juntamente com meia batata cozida. Mas, lembrando: é sempre fundamental um acompanhamento nutricional individualizado para saber as necessidades individuais. As dicas apresentadas aqui são gerais, que costumam ser eficientes para os organismos em geral. Mas cada um possui uma peculiaridade que deve ser analisada por um nutricionista e, aí sim, ter orientações mais personalizadas e, com certeza, mais eficientes.

Só mais uma dica, se você diz que não gosta de algum desses tubérculos ou de qualquer alimento, não custa experimentar de novo! Alguém só pode dizer que não gosta de algo depois de experimentar 14 vezes. É natural o paladar estranhar alguns gostos e texturas que não sejam habituais a ele, mas com o tempo acostuma. Tudo vale a pena por uma saúde melhor!

Muito obrigada!!!!

Aproveitem as dicas e até a próxima!





Referências:
- Revista Viva Saúde - Número 90
- http://fnic.nal.usda.gov/nal_display/index.php?info_center=4&tax_level=2&tax_subject=256&topic_id=1342
- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732003000100002&lng=en&nrm=iso

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nutrigenômica: alimentação geneticamente personalizada



















Pode parecer clichê, mas a frase “Você é o que você come”, ganha cada vez mais força e credibilidade. Atualmente, a preocupação com a alimentação está presente no cotidiano de todos. Comer bem é essencial.

Um dos mais recentes estudos na área da nutrição é a nutrigenômica. Há mais ou menos dez anos, pesquisadores estudam a interação entre o genoma humano e os nutrientes dos alimentos visando promover a saúde por meio de uma dieta geneticamente personalizada.

Essa ciência busca entender como a nutrição compromete o equilíbrio entre e a saúde a doença por meio das mudanças na expressão e/ou na estrutura de um perfil genético individual. De maneira mais simples, pode-se dizer que é o estudo da relação entre o consumo de nutrientes e o código genético.

Assim, se os estudos evoluírem de maneira positiva, no futuro, quando você for se consultar com um nutricionista especialista na área, deverá apresentar o seu mapa genético para que ele indique qual a alimentação perfeita para o funcionamento ideal do seu organismo, pois neste mapa genético será checado como o seu metabolismo e todas as funções do seu corpo respondem a cada nutriente ingerido.

Munidos desses dados genéticos será possível que a dieta prescrita te ajude a emagrecer mais facilmente, a ser mais ativo e, de quebra, te ajude a não desenvolver câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, etc

Entretanto, para isso são necessários mais estudos a fim de que essa ciência seja realmente eficaz e precisa. Os estudos crescem cada vez mais em busca de mais e mais conhecimentos na área.

A Nutricionista especialista em Nutrição Clínica Funcional e em Fisiologia do Exercício, pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), Daniela Jobst, aponta que “Por enquanto, o mapeamento genético só é feito nos EUA, mas aqui no Brasil, em três anos aproximadamente acontecerá um boom da nutrigenômica”.



O que será necessário quando essa ciência for colocada em prática no Brasil?

É preciso decifrar o código genético de cada indivíduo que quiser uma dieta geneticamente personalizada. Ele contém todas as informações necessárias para a manutenção do corpo humano. Nele é possível, por exemplo, identificar uma tendência patológica que pode algum dia se manifestar no seu organismo.


Os nutrientes interagem:

O projeto genoma, concluído em 2003, mapeou toda a sequência de genes humanos. Hoje os pesquisadores tantam identificar quais desses genes podem ser controlados por componentes alimentares e assim determinar os alimentos que prevenirão o aparecimento de doenças nos determinados organismos.


Alimentação saudável hoje e no futuro:

Sabe-se que a alimentação saudável - aquela sugerida pelos nutricionistas hoje em dia - já é eficaz na prevenção de inúmeras doenças, entretanto não sabemos, por exemplo, se o alho é tão eficaz no organismo de uma pessoa quanto no de outra e é essa a grande descoberta da Nutrigenômica. Com ela será possível delimitar quais alimentos serão realmente eficientes no organismo de cada pessoa e qual a quantidade perfeita de cada nutriente no corpo de cada pessoa individualmente.


Vamos aguardar o desenrolar dessa ciência tão fascinante!

Até mais!



Referências: Revista Viva Saúde - Número 82
http://genetica.ufcspa.edu.br/nutric/conteudo/nutrigenomic%205.pdf
http://www.nutrigenomicabrasil.org/

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

EXTRA!!!!!!!

Hoje foi o meu primeiro dia na Liga de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas - FMUSP.


O que é uma Liga?

As Ligas Acadêmicas são grupos de alunos e professores que realizam atendimentos a pacientes com um problema específico e possuem atividades didáticas, como aulas, cursos, discussões e pesquisa.


Como participar?

Geralmente antes das ligas existe um curso relacionado ao assunto da liga e geralmente as ligas selecionam através de prova e/ou entrevista.
Algumas das ligas estão no site: http://www.dcfmusp.com.br/ligas.htm
Geralmente as ligas são direcionadas para os cursos de graduação que "tem a ver" com o assunto. A de Obesidade, por exemplo, é direcionada aos alunos de graduação em Nutrição.


Como é a Liga de Obesidade Infantil?

Consiste em tratamento clínico ambulatorial supervisionado de pacientes - crianças e pré-adolescentes - com Obesidade e Síndrome Metabólica.


O que vamos fazer lá?

Por enquanto as novas estagiárias - como fomos chamadas - vamos só acompanhar as veteranas da liga nas consultas para aprendermos os métodos utilizados e os procedimentos a serem seguidos.
Conforme formos adquirindo experiência, iniciaremos o trabalho de atendimento dos pacientes.
A liga também oferece vagas de pesquisa científica na área, a qual é feita a partir dos dados colhidos no ambulatório.


Como foi o primeiro dia?

Foi fantástico. Sempre me interessei muito pelo assunto "obesidade" e adoro crianças, então unir as duas coisas está sendo muito gostoso!
As crianças são muito diferentes, umas mais receptivas, outras menos, umas super empolgadas com o desafio de emagrecer, outras menos, mas as três que acompanhei hoje me surpreenderam na adesão ao tratamento dietético, pois achei que elas fossem bem mais resistentes a isso.
É gostoso lidar com crianças porque elas são extremamente sinceras, contam tudo o que gostam, o que não gostam e inclusive desmentem as mães! rs
Como hoje foi só o primeiro dia não tenho muitos casos para contar aqui, mas posso dizer que eu adorei a experiência e tenho certeza que será muito importante para o nosso crescimento profissional.
Qualquer novidade postarei aqui p/ vocês.

Um abraço,

Até segunda!!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Leite materno: mais que alimentar o seu filho!

O primeiro ano de vida é um momento de crescimento e desenvolvimento extraordinários. Após o primeiro ano a criança continua crescendo, porém mais lentamente. O alimento que tem papel fundamental no desenvolvimento físico e afetivo do recém nascido é o leite materno.
Todos sabem que o leite meterno é uma fonte rica de nutrientes para o bebê. Sua composição nutritiva única promove uma saúde ideal durante o primeiro ano de vida.

Entretanto, muitos não sabem que o leite materno tem inúmeras funções além da alimentação: fornecer proteção imunológica ao bebê, promover entre a mãe e o bebê laços afetivos, evitar o aparecimento de alergias e infecções, além de ajudar a protegê-lo contra o ganho excessivo de peso no futuro.


Nutrientes do leite:

A composição dos nutrientes do leite são diferentes daquela presente na dieta dos adultos. Até onde sabe a ciência, o leite materno é o alimento mais perfeito da natureza para o primeiro ano de vida. E mais, não existe "leite fraco", toda mãe produz o leite ideal para o seu filho.

O carboidrato presente no leite materno é um dissacarídeo (lactose) de fácil digestão que auxilia na absorção de cálcio, permitindo que o bebê tenha a quantidade adequada do mineral, já que está em fase de crescimento rápido e contínuo.

A quantidade de proteína do leite materno é menor que no leite de vaca, e isso é benéfico pois causa menos estresse nos rins imaturos do bebê, já que o rim tem de eliminar o produto final do metabolismo da proteína, a uréia.

Quanto aos lipídeos, o leite materno contém quantidades generosas de ácidos graxos essenciais: ácido linoléico e ácido linolênico, além de derivados do ácido aracdônico e DHA. As "gorduras" do leite são essenciais para o desenvolvimento mental e visual do bebê.

As vitaminas do leite materno são encontradas na medida certa para auxiliar no desenvolvimento e na proteção, com exceção da vitamina D que aparece em pequenas quantidades.

Dos minerais, o cálcio está em quantidades generosas e é extremamente bem absorvido por ser essencial para o crescimento e fortificação dos ossos do bebê. Outros minerais como Ferro e Zinco estão presentes em quantidades não abundantes, mas suficientes. O Sódio é escasso no leite materno, o que novamente contribui para a saúde dos rins imaturos.


Proteção:

O leite da mãe traz proteção imunológica ao bebê. Além de ser estéril em relação á contaminações patogênicas, o leite oferece anticorpos, visto que o prematuro não possui um sistema imunológico preparado para reagir contra as infecções no primeiro ano de vida.

Nos primeiros dias após o parto, os seios produzem o colostro, substância que contém principalmente soro com anticorpos e células brancas do sangue da mãe. Assim, o leite materno ajuda proteger o bebê contra infecções, principalmente aquelas que a mãe já adquiriu imunidade. Os anticorpos maternos ainda são capazes de defender o nenê de patógenos presentes no intestino. Por isso bebês amamentados têm menos infecções intestinais que os amamentados com fórmulas infantis. O colostro também fornece outros agentes eficazes na proteção intestinal, por exemplo a lactaderina, proteína do leite materno que ataca os vírus causadores de diarréia.

Outra proteção que o leite fornece é contra alergias. Comparando bebês alimentados com fórmulas infantis e com o leite materno, vê-se claramente que as reações alérgicas como asma, respiração ofegante e erupções na pele são mais frequentes nas crianças alimentadas com as fórmulas prontas e menos incidentes naqueles amamentados.


Relação mãe-bebê:

Por sermos seres racionais e emocionais, amamentar significa muito mais que "alimentar a cria" como acontece com os outros animais. Para nós, o ato de amamentar é cheio de significados e, segundo os psicólogos, é um período importante na criação dos laços afetivos entre a mãe e o bebê.

Mas para que os momentos de amamentação sejam realmente únicos e tenham eficácia no seu propósito, é necessário um ambiente tranquilo, em que mãe e filho estão em um momento de prazer. A mãe por estar conseguindo amamentar o filho de forma eficaz em um local seguro e o filho por estar exterminando uma sensação extremamente desconfortável, que chamamos de fome.

Outro fator importante é o famoso "instinto materno". Há inúmeras dicas e técnicas de como amamentar o nenem que vale a pena serem seguidas no começo, mas é importante que a mãe sinta qual é o equilíbrio do seu bebê. Os profissionais da saúde costumam fixar horários para amamentar e isso nem sempre é bom para todas as crianças. Cada bebê tem um metabolismo diferente, uns sentirão fome de três em três horas, outros de quatro em quatro e cabe aos pais perceberem o equilíbrio biológico do filho e adequarem os seus hábitos.


E quem não pode amamentar?

Muitas mães não conseguem amamentar porque a produção de leite é escassa, porque o leite empedra, ou porque os canais são entupidos, enfim...

Não é necessário apavorar-se e achar que o seu filho será um desnutrido e os laços de carinho entre vocês não existirá, pois a amamentação é apenas um fator que auxilia na criação desses laços, mas o afeto entre mãe e filho vai muito além disso.

Quanto à nutrição do bebê, existem formulas que simulam o leite materno. Elas não são tão perfeitas pois não oferecem as características imunológicas do leite humano, mas garantem uma boa nutrição do seu bebê. Entretanto, uma saída melhor é procurar a rede brasileira de bancos de leite humano.


Até quando amamentar?

Até quando você tiver leite. Deve-se amamentar até os 6 meses exclusivamente com o leite materno, não sendo necessária a complementação com água e sucos. A partir do sexto mês, as secreções digestivas do bebê começam a aumentar e a serem suficientes para digerir alimentos mais sólidos. Este é um momento em que se deve continuar amamentando, mas pode começar a introduzir as papinhas de legumes com carne ou frango desfiados e as papinhas de frutas. É importante que as mães estejam atentas aos alimentos que mais agradam o seu nenem.


Dicas de como amamentar:

Clique aqui




Aproveite as dicas e não deixe de maneira alguma de amamentar o seu filho, caso seja possível!!!

Até a próxima!

Abraços...



Referências: Ellia Whitney e Sharon Rady Rolfes, Nutrição - Vol 2.
http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=384
http://www.aap.org/

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

TPM x Alimentação


Primeiramente vamos entender no que consiste a TPM que, ao contrário do que muitos pensam, não é um período de "frescura" da mulher, mas sim um período de desordem hormonal. Vamos lá!

Durante o período fértil, a elevação nos níveis de progesterona e estrogênio permitem que o corpo se prepare para uma possível gestação. Porém, se o óvulo não é fecundado, a produção hormonal despenca drasticamente e a menstruação acontece. Essa diminuição rápida e significativa dos hormônios, uma semana antes da menstruação, é o que provoca os sintomas desagradáveis como irritabilidade, sensibilidade, inchaços pelo corpo e outros sintomas que englobamos e chamamos tudo de isso de "TPM".

Muitas pessoas dizem não ter TPM. Isso não quer dizer que todo esse processo de queda hormonal não aconteça com ela, o que pode acontecer é algumas pessoas serem menos sensíveis à essa desordem que acontece todo mês dentro do organismo feminino.


Tem como prevenir a TPM através da alimentação?

Estudos mostram que sim. Isso porque todas as funções fisiológicas e bioquímicas são reguladas por compostos presentes nos alimentos que, se ingeridos de forma correta e balanceada, podem prevenir e auxiliar na melhora de inúmeras moléstias.
Existem alguns nutrientes que ficam em falta no período anterior à menstruação. Por isso, comer mal contribui com essa deficiência e agrava os sintomas.


O que incluir na dieta?

Alimentos ricos em cálcio, pois segundo a professora de Nutrição da ESALQ, Jocelém Salgado, o consumo do nutriente ajuda a reduzir 54% do inchaço e as variações de humor. Além disso, estudos recentes sugerem que o consumo de cálcio neste período ajuda a reduzir a vontade de atacar os doces. Mas, para tirar proveito, é necessária uma quantidade considerável de cálcio que, segundo a professora acima, só é suprida e surte efeito se tomarmos três copos de leite por dia durante essa período.
Os carboidratos complexos, como os cereais integrais, devem ser incluídos também (uma porção por dia), pois auxiliam na diminuição da tensão. Então abuse dos produtos integrais, os quais oferecem boas quantidades de magnésio, elemento que ajuda a minimizar os desconfortos.
Repor a vitamina B6 é uma boa estratégia também, pois ela é precursora da serotonina, que melhora o humor. Para isso estão liberadas as carnes (de preferência branca), nozes, banana e batata. Duas unidades de banana oferecem a quantidade necessária de B6.


Evite ao máximo:

Bebidas alcóolicas, que provocam queda de glicemia e, juntamente com todo o contexto hormonal, podem causar dores de cabeça e quadros depressivos; chás, café e refrigerantes que contém cafeína, a qual induz ao aumento da tensão e instabilidade; sal em excesso colabora para a retenção de líquidos e, consequentemente, para o inchaço; e açúcar que, em excesso, diminui ainda mais os níveis de progesterona, aumentando os sintomas pré menstruais.


O chocolate:

Há controvérsias sobre a ingestão de chocolate neste período. Ao passo que ele dá sensação de prazer e possivelmente melhora o humor pois existe no chocolate um composto químico chamado triptofano que é usado pelo cérebro para produzir serotonina, um neurotransmissor que induz sensações de prazer, ele é rico em gorduras que propicia o aparecimento de acnes, além de estar ligado ao desarranjo hormonal.
Sem contar que a quantidade de triptofano presente no chocolate é bastante pequena. Por isso, se não resistir ao chocolate neste período, é interessante que prefira os chocolates amargos, pois eles contém menos açúcar e gordura, e modere na quantidade que for consumir.


Por hoje é só!

Comentem!!!




Referências: Revista Viva Saúde - Número 87
Bioquímica Básica - Bayardo Baptista Torres e Anita Marzzoco, 3ª edição.
http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/08/21/alimentacao-e-tpm/
Revisado por: Gabriel Cairo Nunes, nutricionista (http://gabrielcaironunes.blogspot.com/)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Estilo de vida e os alimentos funcionais:


A sociedade moderna tem se tornado cada vez mais complexa, modificando os padrões de vida. Com a correria e a as atividades impostas pela contemporaneidade, as pessoas não se alimentam de forma adequada e, frequentemente, mostram sintomas de cansaço, fadiga, irritação, maior índice de doenças não transmissíveis e, até mesmo, depressão. Além disso, vivemos a era da medicalização, em que o uso de farmacos tornou-se banalizado. Pessoas utilizam remédios sem prescrição médica e, até mesmo, para prevenir doenças e dores, ao invés de fazer do alimento, algo tão comum na vida de todos, uma forma de prevenir inúmeros males relacionados à saúde.

O estado nutricional de populações vivendo em países industrializados pode ser mostrado de forma clara pelas tendências desfavoráveis de alimentação, como o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans, açúcar e sal, além da diminuição considerável do consumo de alimentos benéficos à saúde. Então temos dois problemas: Não bastasse o aumento no consumo de "alimentos ruins", houve também a diminuição do consumo de "alimentos do bem". Não é de se estranhar que a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, diabetes, hipertensão e câncer) aumente a cada ano.

Para não sermos tão pessimistas, vale lembrar que a preocupação com a saúde vem crescendo pouco a pouco em meios aos indivíduos, todavia sabemos que mudar hábitos alimentares e estilo de vida não é algo simples e rápido, mesmo as pesquisas indicando dados assustadores de que um terço dos casos de câncer está relacionado à dieta inadequada.

Mas, apesar das estatísticas indicarem que a maioria dos povos não possuem uma alimentação adequada, a baixa incidência de doenças em alguns povos chamou a atenção de pesquisadores para a dieta desses grupos, como é o caso dos esquimós e dos japoneses. Com suas alimentações baseadas em peixes e produtos do mar, ricos em ácidos graxos poliinsaturados, esses grupos apresentam ótima saúde cardiovascular.

Ou seja, a partir de estudos com o estilo de vida de povos que tinham saúde exemplar juntamente com uma dieta adequada, passou-se a estudar funções específicas de alguns alimentos, que foram chamados alimentos funcionais. Eles fazem parte de uma nova concepção de alimentos que podem ajudar a prevenir as doenças que nos ameaçam e a melhorar a qualidade da saúde das pessoas, além de minimizar sintomas comuns do dia-a-dia como fadiga, o cansaço e a irritação.

É realmente importante cada um começar a ter consciência de que para prevenir doenças é importante adotar todo um estilo de vida balanceado: noites bem dormidas, equilíbrio emocional, exercício físico e ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL que, sem dúvida, tem um peso maior do que imaginamos na prevenção e na terapia de inúmeras doenças.

Assim, a frase "Deixe o alimento ser o seu remédio e o remédio ser seu próprio alimento", exposta por Hipócrates há cerca de 2500 anos, está recebendo um interesse e sentido cada vez maior a medida que as pesquisas mostram quão grande é a intervenção dos alimentos na saúde, em especial dos famosos alimentos funcionais.


Mas enfim, qual a definição de Alimento Funcional?

Existem diferentes definições em diferentes países sobre o que é alimento funcional, mas todas elas convergem para uma definição ampla do assunto que resume: "Os alimentos funcionais são aqueles que apresentam propriedades benéficas além das nutricionais básicas, sendo apresentados na forma de alimentos comuns". Ou seja, eles são alimentos do nosso cotidiano, não são fórmulas criadas e, além disso, a definição aponta "propriedades benéficas além da nutrição" pelo fato desses alimentos não proporcionarem apenas energia ao organismo, mas sim por terem propriedades específicas que podem auxiliar na prevenção de doenças e na regulação das funções corporais.


Alguns alimentos que podem ser chamados funcionais pelas propriedades que apresentam:

- Alecrim
- Alho
- Aveia
- Cacau
- Chá verde
- Gengibre
- Linhaça
- Oleaginosas
- Orégano
- Soja
- Tomate
- Uva e Vinho
- Vegetais crucíferos
- Arroz Inegral
(Trataremos de alguns deles especificamente em posts posteriores)


Mas só comer alimentos funcionais é suficiente?

Sem querer ser repetitiva, não basta adotar um alimento funcional, por exemplo o alho, e só comer alho, sem igerir outros alimentos funcionais e sem adotar toda uma dieta equilibrada. Não vale fingir que está sendo saudável e "botar o pé na jaca" com o resto. A alimentação funcional só é funcional se combinada com uma boa qualidade de vida, na medida do possível.
É difícil falar em qualidade de vida na cidade de São Paulo, em que a poluição atmosférica sonora e a correria imperam, mas por outro lado São Paulo é uma cidade que dispõe de inúmeras academias, parques e profissionais que podem te auxiliar a conciliar correria e uma boa qualidade de vida. É importante estar consciente do poder desses alimentos funcionais, se associados a todo um equilíbrio físico e mental do indivíduo.




Se quiserem dar sugestões de temas, estou aberta às propostas.

Muito obrigada e até segunda!!!

Um abraço.



Texto escrito com base nos conhecimentos adquiridos na aula de Promoção da Saúde, profª Elaine de Azevedo.
Referência: Dolinsky, Menuela. Nutrição Funcional. (2009) - Editora Rocca.
Revisado por: Dra Fernanda Granja, Nutricionista Funcional (http://www.drafernandagranja.com)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Os rótulos dos alimentos...


As informações contidas nos rótulos dos alimentos te ajudam a escolher o produto certo quando for às compras. Produtos iguais mas de diferentes marcas possuem características diferentes que devem ser informadas nos rótulos a fim de o consumidor ter acesso às características de cada um e poder escolher conscientemente qual produto é melhor para si. Para isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) atua como órgão responsável pela regulação da Rotulagem de Alimentos Industrializados. O objetivo das regulamentações impostas pelo órgão é justamente garantir produtos de qualidade e em boas condições de higiene, visando a manutenção da saúde.

Bem, então vamos começar a entender passo a passo todos os ítens obrigatórios e proibidos em um rótulo:


O que deve aparecer?

- O nome do produto;
- Lista de ingredientes em ordem decrescente de quantidade, isto é, o ingrediente que estiver primeiro é o que está em maior quantidade e o que estiver por último estará em menor quantidade;
- Quantidade do protudo em quilogramas (kg), gramas (g) ou mililitros (ml);
- Prazo de validade (dia e mês para produtos de duração menor que três meses; mês e ano para produtos cuja duração é superior a 3 meses);
- Identificação do lote ;
- Identificação da origem do produdo;

Em 2001, entretanto, tornou-se obrigatório um ítem importante ao rótulo que hoje é comum a nós, mas antes desta data era ignorado pela maioria: a tabela Nutricional.


O que é proibido?


Com o objetivo de auxiliar o consumidor na escolha de seus alimentos, evitando que ele possa se enganar na hora das compras, foram regulamentadas algumas informações que os rótulos de alimentos não podem declarar. São elas:

- palavras, sinais ou desenhos que possam tornar a informação do rótulo falsa, insuficiente, incompreensível ou que induza ao erro;
- atribuir ao produto qualidades que não possam ser demonstradas;
- Destacar a presença ou ausência de componentes que são próprios dos alimentos. Por exemplo, declarar que leite, queijos e iogurtes são ricos em cálcio, pois todos essas alimentos já são ricos em cálcio ou ainda, declarar que óleo vegetal apresenta vitamina E, pois todo óleo vegetal apresenta vitamina E.
- Indicar que algum alimento possui propriedades terapêuticas e medicinais
- Afirmar que o produto possui ação curativa.


Informação nutricional:

Nela você deve encontrar as seguintes informações: Valor calórico, Quantidade de Carboidratos, Proteínas, Gorduras Totais, Gorduras Saturadas, Colesterol, Fibra Alimentar, Cálcio, Ferro e Sódio.
É importante estar atento à porção determinada. Todos os valores da tabela serão calculados em relação a ela. Muitas pessoas não se atentam ao detalhe da porção determinada na parte superior do rótulo e acham que os valores da tabela nutricional correspondem ao pacote inteiro de biscoitos ou ao tablete inteiro de chocolate.
Outro ponto a ser esclarecido é o que significa %VD. Isso nada mais é que o percentual que a aquela porção contribui para atingir os valores diários de cada grupo alimentar. Então, por exemplo, 1 copo (200ml) de leite integral possui 10 g de carboidratos que correspondem a 3% da quantidade de carboidratos que deve ser ingerido por dia baseando-se em uma dieta diária de 2500 Kcal.


O que é caloria?

Caloria é a energia que vem dos alimentos e o nosso corpo utiliza para inúmeras atividades. As calorias são calculadas a partir da energia que gorduras, carboidratos e proteínas presentes no alimento podem nos fornecer.


O que é mais importante olhar na tabela nutricional?

Na verdade todos os ítens presentes no rótulo são de extrema importância e relevância para a saúde do consumidor.
Mas alguns passos a seguir são: Olhar o prazo de validade e, em seguida, ir para os ingredientes. Se você for alérgico a alguma substância comumente encontrada nos alimentos, procure ver se ela está presente. Se não for alérgico, passe para o próximo passo que é observar o ingrediente em maior quantidade que, como dito acima, estará em primeiro lugar na lista de ingredientes. Ao fazer isso, verifique se esse ingrediente em maior quantidade é benéfico ou maléfico à saúde e leve isso em consideração na hora de decidir se vai ou não levar o produto.
Feito isso, procure observar que lugar da lista de ingredientes os aditivos químicos ocupam e prefira aqueles alimentos cujos aditivos ocupem os últimos lugares, o que indica que eles estão presentes em menor quantidade, ou aqueles em que os aditivos não estão presentes.
Em seguida parta para a tabela nutricional. Analise a quantidade de gorduras saturadas, trans e sódio e procure o produto com as menores quantidades desses ítens. Em seguida procure aqueles que possuam micronutrientes benéficos às saúde, como ferro e vitaminas, e dê preferência a eles.
Enfim, procure explorar todo o rótulo que é posto à sua disposição e contém informações verdadeiras regulamentadas pela ANVISA. É comum e quase involuntário pegarmos o rótulo e irmos direto para a tabela nutricional olhar as calorias e a porcentagem de gorduras e nos esquecemos de observar elementos tão maléficos quanto, como é o caso dos aditivos alimentares (conservantes, aromatizantes, espessantes, edulcorantes, etc). Muitos vão dizer: "Mas se eu for me preocupar com tudo isso não como mais nada". Realmente, vivemos uma época em que é difícil conseguir uma alimentação totalmente saudável, mas cabe a nós nos esforçarmos para, pelo menos, diminuirmos a quantidade de "coisas ruins" que ingerimos . Não custa nada dar uma olhada no rótulo e optar pelos pelos mais saudáveis possível.


Por hoje é só!
Aproveitem as dicas...

Espero por sugestões e comentários.



Referências: ANVISA, Manual de Orientação aos Consumidores (UnB e Ministério da Saúde)
http://www.anvisa.gov.br/rotulo/
Revisado por: Gabriel Cairo Nunes, nutricionista. (http://gabrielcaironunes.blogspot.com/)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Micronutrientes


Além dos macronutrientes - carboidratos, lipídeos e proteínas - os seres humanos dependem da ingestão de quantidades de vitaminas e minerais, chamados micronutrientes. Esses compostos são responsáveis pela regulação das funções orgânicas, desempenhando papel fundamental na manutenção e recuperação da saúde.

Vitaminas:

As vitaminas levam este nome devido ao bioquímico polonês, Casimir Funk, que, em 1912, batizou as vitaminas com esse nome depois de analisar o papel delas no organismo e perceber que algumas delas tinham como estrutura química base o grupo amina e eram vitais ao organismo. Aminas vitais, foram chamadas de Vitaminas pelo bioquímico polonês.
As vitaminas são substâncias que não são estocadas em níveis significativos no organismo e, por isso, devem ser supridas continuamente pela dieta.
Elas são classificadas em dois grandes grupos: vitaminas hidrossolúveis e vitaminas lipossolúveis.
- Hidrossolúveis: São aquelas que se dissolvem em água. Fazem parte desse grupo: as vitaminas do complexo B e a vitamina C. Eventuais excessos de vitaminas hidrossolúveis são eliminados na urina e raramente provocam efeitos colaterais.
- Lipossolúveis: São aquelas que se dissolvem em lipídeos. Fazem parte desse grupo as vitaminas A, D, E, K.
Estas são eliminadas mais lentamente pelo organismo e a ingestão aumentada pode trazer danos ao organismo, especialmente se o excesso for de vitaminas A e D.

Agora, vamos entender a função de cada uma das vitaminas:

Vit C: Também chamada ácido ascórbico, ela está presente em inúmeros alimentos de origem vegetal, mas é encontrada em maior quantidade nas frutas cítricas.
Durante o cozimento, em virtude da alta temperatura e da água em que o alimento está imerso, a vitamina C é perdida. Sua absorção máxima ocorre ao ingerir o alimento cru. Além disso, a vitamina C tem grande facilidade de ser oxidada quando exposta ao ar e humidade. Por isso, evite expor os alimentos ricos em vitamina C à essas condições. Consuma imediatamente após o preparo.
Essa vitamina atua como antioxidante, na manutenção do sistema imunológico, auxilia na formação de ossos e dentes, restaura a vitamina E, interfere na fixação do ferro e a sua carência pode causar o escorbuto.

Ingestão diária recomendada (adultos): 45 mg (Fonte - ANVISA/Brasil).
Principais alimentos que a contém: frutas cítricas, tomates, morangos, cerejas, pimentão-doce e brócolis.

Vit B: A vitamina B, na verdade, é um complexo de oito vitaminas. Elas possuem ação fundamental no metabolismo celular e são umas das maiores responsáveis pela manutenção da saúde emocional, mental e gastrintestinal do ser humano. As oito vitaminas são: B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 (Ácido fólico) e B12. Cada uma das oito tem uma molécula e um função específica, mas todas tem suas funções relacionadas à manutenção do sistema nervoso e gastrintestinal sadios.

Ingestão diária recomendada (adultos): Cada uma das vitaminas do complexo B possui um valor específico. Consulte aqui!
Principais alimentos que as contém: Carnes vermelhas e brancas, fígado, leite, queijos, ovos, vegetais folhosos, legumes, milho, amendoim e germe de trigo.

Vit A: Ela está relacionada com a saúde da visão, da pele e com o crescimento e diferenciação das células. O betacaroteno é uma substância precursora de vitamina A. A partir de uma molécula de betacaroteno consegue-se duas moléculas de vitamina A, mas no corpo humano, por uma série de motivos, apenas parte do betacaroteno é convertido em vitamina A e o restante é armazenado pelo organismo.
Por ser lipossolúvel, ela é melhor absorvida pelo organismo se estiver acompanhada de lipídeos e se o prato for quente, por exemplo, em forma de sopas e cremes quentes.

Ingestão diária recomendada (adultos): 600 mcg ( Fonte - ANVISA/ Brasil )
Principais alimentos que a contém: Fígado bovino, carnes, ovos, leite integral e seus derivados de maior teor lipídico (creme de leite, manteiga), hortaliças de folhas verde-escura como agrião, almeirão; frutas e legumes de cor amarelo alaranjadas como a cenoura, a manga, o mamão, tomate, milho.

Vit D: Vitamina D é o nome geral dado a um grupo de compostos lipossolúveis que são essenciais para manter o equilíbrio mineral no corpo. É também conhecida como calciferol. A vitamina D tem um papel importante em assegurar o funcionamento correcto dos músculos, nervos, coagulação do sangue, além de crescimento e mineralização de ossos, devido à sua fução de promover a absorção de cálcio.

Ingestão diária recomendada (adulto): 5 mcg (Fonte - ANVISA/Brasil).
Principais alimentos que a contém: As fontes naturais mais ricas em vitamina D são os óleos de fígado de peixe e os peixes de água salgada, tais como as sardinhas, o arenque, o salmão e a sarda. Os ovos, a carne, o leite e a manteiga também contêm pequenas quantidades.

Vit E: Também chamada de tocoferol, esta vitamina está diretamente ligada com o desenvolvimento de tecidos, de células reprodutivas e a proteção contra a oxidação das células. Alguns estudos mostram uma possível relação entre a incidência de câncer e doenças degenerativas e o baixo consumo de vitamina E. Mas, o excesso causado por possíveis suplementações de vitamina E também não é indicado. A recomendação dos nutricionistas é apenas a ingestão regular de alimentos que a contenha.
Ingestão diária recomendada (adultos): 10 mg
Principais alimentos que a contém: Nozes, cereais e óleos vegetais.

Vit K: A vitamina K é o nome genérico para diversas substâncias necessárias à coagulação normal do sangue. A deficiência de vitamina K não é muito comum, pois a vitamina é bastante distribuída nos alimentos e a síntese da mesma pelos microorganismos específicos do intestino fornece algumas quantidades da substância.

Ingestão diária recomendada (adultos): 65 mcg (Fonte - ANVISA/Brasil).
Principais alimentos que os contém: alface, couve-flor, espinafre, brócolis, repolho, chá verde, gema de ovo e, em menor proporção, nos cereais, como o trigo e a aveia.


Minerais:

Além de atuarem associados a algumas enzimas, participam de inúmeros processos importantes, inclusive são responsáveis pela dureza de ossos e dentes.
Alguns minerais essenciais: Cálcio, Sódio, Potássio, Magnésio, Ferro e Selênio.
A maioria deles são necessários na ordem de miligramas ou gramas, ou seja, em pequenas quantidades.

Alguns deles:

Cálcio: Essencial para a transmissão nervosa, coagulação do sangue e contração muscular. A deficiencia de cálcio pode causar osteoporose e osteopenia e o excesso pode causar pedras nos rins e irritabilidade. A necessidade diária de um adulto é 1g.
É encontrado em laticíneos, hortaliças (brócolis, couve-flor, couve), algas marinhas, gergelins e amêndoas.

Sódio: O sódio é um elemento de origem mineral que unido a um outro elemento, o cloro, forma o cloreto de sódio ou sal de cozinha. Os alimentos de origem vegetal são todos muito pobres em sódio, sendo praticamente inexistente nas frutas e muito escasso em cereais e leguminosas. Contudo, alguns alimentos de origem vegetal apresentam uma maior concentração de sódio: são as algas, o aipo e o espinafre. Já nos alimentos de origem animal, o sódio é bastante abundante, tal como no leite, carne, ovos e peixe. Seu excesso traz prejuízos à saúde.
Consumo diário para adultos: 2,4 g


Potássio: O potássio é um elemento de origem mineral e encontra-se em praticamente todos os tipos de alimentos, sejam de origem animal ou vegetal, embora existam em maior quantidade nos alimentos de origem vegetal. O potássio tem um papel importante para o relaxamento muscular e para a secreção de insulina através do pâncreas. Em caso de carências, a falta de potássio pode causar problemas de ritmo cardíaco e debilidade muscular.


Magnésio: O magnésio é um elemento de origem mineral que existe em boa quantidade nas sementes, nos frutos secos e nas leguminosas. O papel do magnésio na saúde é variado. Participa nas formação de dentes e ossos, ajuda na transmissão de impulsos nervosos, intervém no relaxamento muscular e na produção de energia celular.
consumo diário para adultos: 260 mg.

Ferro: As principais funções do ferro na saúde verificam-se essencialmente ao nível da formação da hemoglobina do sangue e da respiração celular. Caso se verifiquem carências de ferro, surgem sintomas gretas nos lábios, fraqueza capilar e anemia. Presente em carnes vermelhas e brancas, vegetais verde-escuros, leite e ovos.
Consumo diário para adultos: 14 mg.

Selênio: O Selênio é um mineral essencial no corpo humano. Ele intervém em várias reações químicas do organismo, tendo a função de manter a pele, cabelo e unhas saudáveis. Estudos vem mostrando que o zinco também desempenha papel antioxidante, que protege células contra os efeitos dos radicais livres. Está presente nas carnes, frutos do mar, castanhas do pará e nozes.
Consumo diário para adultos: 7 mg.


Existem inúmeros minerais e inúmeras vitaminas que não foram citados por aparecerem em quantidades muito pequenas nos alimentos e no organismo. Acima você teve acesso às principais substâncias que participam da regulação de inúmeros processos metabólicos que acontecem no corpo humano.

Para descontrair e ilustrar o conteúdo, fica o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=zSL5qiey9Ng


Aproveite as dicas!

Muito obrigada e até segunda!

Não esqueçam de responder a enquete!!!




Referências: Bioquímica básica - Bayardo B Torres e Anita Marzzoco, 3ª edição.
http://www.alimentacaosaudavel.org/Sodio.html
http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/33_98.htm

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Extra!!! Divulgação de eventos...

3º Simpósio de Obesidade na Infância e na Adolescência - HC

Organização: Marcio C. Mancini e Alfredo Halpern
Data: 7 de agosto de 2010 (Sábado), das 8h às 17h
Local: Grande Auditório do Centro de Convenções Rebouças
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 23 - São Paulo - Metrô Clínicas

Investimento:
R$ 20,00 acadêmicos da USP
R$ 30,00 acadêmicos de outras universidades
R$ 50,00 médicos, nutricionistas e outros profissionais da saúde

Mais informações no site

_________________________________________________________________________

Gestão do Serviço de Nutrição em Hospital Pediátrico

Carga horária: 8 horas
Data: 14/08/10

Investimento:
Profissionais: Até o dia 09/08/10 R$ 180,00 e após esta data R$ 200,00
Estudantes: Até o dia 09/08/10 R$ 150,00 e após esta data R$ 180,00

Mais informações no site



Assim que tiver mais eventos divulgarei para os interessados.

Até mais!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lipídeo: vilão ou mocinho?















Costumamos usar o nome "gordura" para englobar tudo aquilo que seja oleoso, mas na realidade o termo correto a ser usado nesse caso é "lipídeo".
O lipídeo é uma biomolécula praticamente insolúvel em água e é responsável por inúmeras funções do nosso organismo, inclusive desempenha papel fundamental na membrana de todas as nossas células.
Adiante veremos as características e a importância dele em nosso organismo, além de chegar à conclusão se ele age como vilão ou mocinho dentro de nós.

Por que lipídeos e água não se misturam?

A estrutura química dos lipídeos é diferente das outras biomoléculas. As proteínas são formadas por repetições de aminoácidos e o amido por repetições de glicoses, já os lipídeos são moléculas constituídas por cadeias contínuas de hidrocarbonetos, ou seja, cadeias cujos átomos que predominam são o carbono e o hidrogênio, o que confere aos lipídeos um caráter apolar, diferente do caráter polar da água. Por essa diferença de polaridade, um não dissolve o outro, um não se mistura ao outro.

Classificação dos lipídeos:

Os lipídeos podem assumir a forma líquida, como é o caso dos óleos, e a forma sólida ou pastosa, como é o caso das gorduras.
Mas, além dessa subdivisão, os lipídeos são classificados de acordo com a estrutura química em: ácidos graxos, trigliceróis, fosfolipídeos e colesterol.
- Ácidos graxos: Representam o grupo mais abundante de lipídeos nos seres vivos. Eles compõem outros tipos de lipídeos: os trigliceróis e os fosfolipídeos.
Os ácidos graxos podem ser saturados ou insaturados. Serão saturados se não apresentarem duplas ligações na molécula, o que confere uma característica mais sólida ao lipídeo e o torna mais "perigoso" à saúde. Serão insaturados quando apresentarem duplas ligações na cadeia, o que confere ao lipídeo uma textura mais líquida, fazendo com que ele não seja nocivo à saúde. Os ômegas 3, 6 e 9, tão conhecidos, são tipos de ácidos graxos essenciais ao organismo, pois agem na proteção contra doenças cardiovasculares.
- Trigliceróis: São lipídeos que atuam no organismo como reserva energética e causam a famosa "barriguinha".
- Fosfolipídeo: É o principal componente da membrana celular.
- Colesterol: Tão conhecido por todos, está presente na membrana de nossas células, é precursor da bile e de hormônios.

Digestão dos lipídeos:

O evento inicial da digestão dos lipídeos da alimentação começa na boca. Embora não ocorra digestão de triglicérides na boca, os lipídeos estimulam a secreção da enzima lipase lingual das glândulas salivares da base da língua. Posteriormente, quantidades de gorduras são digeridas no estômago pela enzima lipase gástrica, reduzindo parte dos triglicerídeos a ácidos graxos e glicerol. Entretanto, a etapa principal da digestão de gordura ocorre no intestino delgado, como resultado da ação da enzima lipase pancreática, vinda do pâncreas, e da bile, produzida no fígado. É importante deixar claro que a bile não é uma enzima digestiva, ela é um emulsificante de gorduras, ela apenas facilita a ação das enzimas.
Após esse processo, os ácidos graxos, o glicerol e outros subprodutos da digestão lipídica são absorvidos pela corrente sanguínea. Por ela são levados até o fígado, onde serão metabolizados.

Entenda seu exame de sangue:

No exame de sangue geralmente é pedida a contagem de lipídeos: triglicerídeos e colesterol e de lipoproteínas: HDL, LDL e VLDL. Esse controle feito nos exames é de grande importância, pois o descontrole da quantidade de lipídeos no organismo estão associados à doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e até ao câncer. Por isso, vamos entender passo a passo o que cada um representa.
Como já dito, os triglicerídeos são gordura de reserva. Quando a quantidade se ácidos graxos no sangue está elevada, eles são transformados em triglicerídeos e armazenados no tecido adiposo, ou tecido de gordura. Por isso, se o seu triglicérides está alto, é sinal de que está com gordura excessiva, procure ajuda de um profissional e modere o consumo de gorduras e carboidratos.
O colesterol é um tipo de lipídeo encontrado no sangue e, como todo lipídeo, é insolúvel em água. Mas, o sangue é 80% água, então como o colesterol consegue ser transportado pelo sangue já que não se mistura com ele? Existem estruturas quimicas chamadas lipoproteínas (HDL, LDL, VLDL) que fazem o transporte do colesterol pelo sangue.
Então, na verdade, HDL, LDL e VLDL que aparece nos exames não é colesterol, é uma lipoproteína que transporta o colesterol. Assim, se você tiver muito colesterol no sangue, você também terá muita lipoproteína para "carregá-lo".
HDL: chamado "colesterol bom", é a lipoproteína que sequestra o colesterol em excesso nos tecidos e o leva através do sangue para ser degradado no fígado.
LDL: chamado "colesterol ruim", é a lipoproteína que transporta o colesterol através do sangue para os tecidos extra-hepáticos.
VLDL: Precursor do LDL, também leva colesterol e triglicerídeos do fígado para os tecidos extra-hepáticos através do sangue.

Lipídeos e Nutrição:

O lipideos podem ser conseguidos através da alimentação ou através da produção lipídica efetuada pelo próprio organismo. Como já foi dito, os lipídeos são fundamentais para inúmeras funções orgânicas. Além das funções já citadas acima, os lipídeos desempenham a função de solvente das vitaminas A, D, E e K. Por todas as funções que essa biomolécula desempenha é necessário incluí-la na dieta, mas é importante tomar cuidado com as gorduras saturadas e trans. A gordura trans é um tipo especial de ácido graxo, formado durante o processo de hidrogenação feito para dar características de crocância, melhor textura e maior período de validade aos alimentos industrializados. Esse tipo de lipídeo é extremamente nocivo ao corpo humano. Uma série de processos faz com que essa gordura trans aumente gradativamente o risco da formação de ateromas e doenças cardiovasculares.
Alguns representantes dos diferentes tipos de lipídeos:
- Fontes de gordura sauradas, EVITE!!!: leite integral, manteiga, creme de leite, chantilly, queijos gordurosos (provolone, parmesão, mussarela), bacon, gordura das carnes, pele das aves e frituras em geral. O coco, apesar de ser um alimento natural, é rico em gordura saturada.
- Fontes de gordura insaturada, LIBERADO!!!: óleos vegetais de milho, girassol, canola, azeite, óleo de peixes, abacate, linhaça, sementes oleaginosas. Atenção!!! Esse tipo de gordura não é prejudicial no sentido de causar doenças cardiovasculares, mas em excesso pode fazer você engordar!
- Fontes de gorduras trans, EVITE!!!: Alimentos que contenham gordura vegetal hidrogenada, alimentos de massa folheada, biscoitos recheados, bolachas de água e sal, sorvetes, entre outros.

Vilão ou mocinho?

Afinal, os lipídeos são positivos ou negativos ao organismo? Na verdade ele pode se comportar como mocinho e como vilão, tudo vai depender de você.
A gordura é necessária ao organismo por desempenhar funções vitais, mas cabe a você saber dosar a quantidade e qualidade que dos lipídeos incluídos na sua dieta. Se preferir azeite para cozinhar, se preferir comer uma castanha por dia ao invés de comer um biscoito recheado, se preferir alimentos assados ao invés de fritos e se preferir peixes ao invés de carnes gordas, o lipídeo dentro de você com certeza atuará a seu favor. Mas muitos vão dizer: "Bolacha, batata frita e sorvete é tão gostoso! Eu nunca vou poder comer?". Claro que vai. Tudo é uma questão de moderação e bom senso. Procure ter na maior parte dos dias uma alimentação equilibrada optando por gorduras insaturadas para poder fazer algumas extravagâncias - como tomar sorvete e comer batata frita - em festas e fins de semana sem cometer danos graves ao seu organismo. O problema está na grande maioria que SÓ come "gordura ruim" e não ingere alimentos que tenham a capacidade de reparar os danos causados por esse mau hábito. Nesse caso, o lipídeo com certeza será o grande vilão para a sua saúde!
Faça da sua alimentação a sua fonte de saúde! Isso é possível!!!

Até o próximo post!!!


Matérias relacionadas:

- Esteatose Hepática (Gordura no fígado)

- Manteiga ou margarina?

- Alimentos que previnem o aparecimento de doenças cardiovasculares



Texto escrito com base nos conhecimentos adquiridos nas aulas de Química de Biomoléculas, prof Paolo Di Mascio e Histologia, profa Dania Emi Hamassaki.
Bibliografia: Bioquímica Básica - Anita Marzocco e Bayardo Baptista Torres.
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/lipideos.htm
Texto revisado por: Gabriel Cairo Nunes, nutricionista (http://gabrielcaironunes.blogspot.com/)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Proteína: uma molécula vital


As proteínas são moléculas grandes formadas por um conjunto de aminoácidos que podem ser combinados em diferentes sequências. Elas são muito abundantes nas células vivas e desempenham funções vitais, como por exemplo a nossa expressão genética.


Aminoácidos:

Aminoácido é a unidade mais simples da proteína. Uma cadeia menor de aminoácidos forma um peptídeo (dois aminoácidos formam um dipeptídeo e três aminoácidos, um tripeptídeo) e cadeias maiores formam as proteínas, podendo uma proteína ter 400 ou mais aminoácidos. Na natureza existem 20 aminoácidos que, combinados em diferentes sequências e proporções, dão origens à diferentes tipos de proteínas. Para formá-las, os aminoácidos são unidos sequencialmente por ligações químicas chamadas ligações peptídicas. Fazendo uma comparação grosseira, é como se cada aminoácido fosse um tijolo, a ligação peptídica é o cimento colocado entre os tijolos e a proteína seria equivalente à casa como um todo.
Dizemos que as proteínas são os verdadeiros construtores do nosso organismo e abaixo você confere o por quê.

As proteínas:

As proteínas do nosso corpo podem ser exógenas, provenientes da dieta, ou endógenas, que fazem parte do pool de proteínas do próprio organismo que são geradas a partir da degradação e ressíntese delas.
A classificação ocorre de acordo com a função biológica: funções enzimáticas, de estoque, regulatórias (proteínas ligadas à síntese de DNA e hormônios), estruturais (colágeno e elastina), de proteção (imunoglobulinas), de transporte (hemoglobina, lipoproteínas) e contráteis (actina, miosina presentes nos músculos). Outra função é a de fonte energética. Quando a demanda de energia aumenta ou a ingestão está reduzida, as proteínas existentes no músculo podem ser mobilizadas a fim de fornecer energia ao organismo.
Um fator importante é a capacidade de desnaturação das proteínas. Em condições adversas de temperatura e pH, elas podem ser desnaturadas, levando a uma perda de função da proteína. Por isso, é importante que o organismo mantenha-se em temperatura constante de 36,5º e pH sanguíneo entre 7,3 e 7,4, para garantir a integridade das proteínas do organismo.

O que acontece quando você ingere proteína?

A digestão da proteína, diferentemente dos carboidratos, inicia no estômago, onde as proteínas são reduzidas a peptídeos (cadeias menores) pela ação do ácido clorídrico e da pepsina (substâncias presentes no estômago), e continua no intestino delgado, onde enzimas provenientes do pâncreas e do da mucosa intestinal terminam o processo de digestão, assim a proteína ingerida é reduzida à aminoácidos e pequenos peptídeos que serão absorvidos no intestino delgado. Esses aminoácidos são levados ao fígado através da corrente sanguínea e lá serão metabolizados. Lá, havendo necessidade, são produzidas proteínas de acordo com a necessidade do organismo. Por isso, aquela história de que comer gelatina rejuvenesce a pele por causa do colágeno presente nas gelatinas não é verdadeira. Ao ingerir o colágeno, que é uma proteína, ocorrerá a digestão e ele será reduzido à aminoácidos que poderão ser utilizados para a formação de qualquer proteína que o organismo estiver precisando mais e não necessariamente para a formação do colágeno.

Representantes na dieta:

Como visto acima, as proteínas compõem grande parte do nosso corpo e desempenham inúmeras funções vitais ao organismo. Por isso, é fundamental que ela esteja presente regularmente na dieta de todas as pessoas. Sem elas, o organismo ficará desregulado.
São os alimentos mais ricos em proteínas: peixes, carne bovina, suína e de frango, ovos, leite e derivados e leguminosas (família do feijão). Outros alimentos, apesar de serem de outros grupos da prirâmide alimentar, o grupo das hortaliças e das frutas, também oferecem proteínas ao nosso orgaismo, é o caso do abacate e dos cogumelos.
É importante ressaltar que para os vegetarianos e veganos há perfeitamente a possibilidade de ingerir a quantidade necessária de proteínas sem ingerir alimentos de origem animal. Mas é importante ter um acompanhamento nutricional rigoroso para certificar-se de que está ingerindo a quantidade diária necessária de proteínas e também de outros nutrientes cujos alimentos de origem animal são fonte, pois muitas vezes estes nutrientes não são consumidos na quantidade necessária quando os alimentos são de origem vegetal, como a vitamina B12 e ferro.

Exercício físico:


Pesquisas mostram que a medida que o exercício progride, aumenta a quantidade de uréia (subproduto da degradação proteica) plasmática no suor, concluíndo, que, dessa forma, há desintegração proteíca durante o exercício, o que acarreta uma maior necessidade protéica.
Quando o exercício torna-se um hábito, as necessidades proteicas aumentam ainda mais, pois os músculos necessitam de mais proteínas contráteis (actina e miosina) para realizar os exercícios.
Entretanto, há muitas controvérsias em relação a necessidade aumentada de proteínas para esportistas e atletas. Por isso, é necessário o acompanhamento de nutricionista e educadores físicos para aqueles que praticam atividade física.


Aproveitem as dicas, por hoje é só!
Espero por sugestões e comentários...
Muito obrigada.

Até a próxima!!!



Texto escrito com base nos conhecimentos adquiridos na aula de Química de Biomoléculas, profª Marisa H. G. Medeiros.
Fontes: Leninger, Principles of Biochemistry
http://www.rgnutri.com.br/sp/fisiologia/ddp.php
http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP[8989-1-0].PDF
Colaborador: Jonathan Nascimento

Revisado por: Patrícia T. Fan, nutricionista. (http://www.patriciafan.com)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Carboidrato: isso é açúcar!

Quando se fala em açúcar todo mundo lembra do brigadeiro, do mousse, do quindim, das balas de goma e logo a memória trás à tona o sabor doce de todos esses alimentos. Mas, estou aqui para lhe contar que o pão, a batata, o arroz, o milho, a massa da pizza, a e muitos outros alimentos, embora não tenham o sabor adocicado, também são açúcares. Esse açúcar, presente nos doces, nas frutas e nas massas, é chamado de CARBOIDRATO.
Como já diz o nome, são hidratos de carbono e correspondem à biomolécula mais abundante do planeta. Estão presentes em inúmeros alimentos que ingerimos e em nosso corpo, nos proporcionando a energia de que precisamos para viver. Além da função energética imediata, desempenha o papel de reserva de energia e é usado como matéria-prima para a síntese de outras moléculas necessárias ao organismo.

A química simplificada:

Os carboidratos são divididos em grupos ou tipos, dependendo do tamanho da cadeia do carboidrato, assim temos: as formas simples de carboidrato, que são os monossacarídeos e dissacarídeos, sendo os representantes de monossacarídeos: a glicose, frutose e galactose e dos dissacarídeos: a sacarose e a lactose; e formas mais complexas de carboidratos, que são os oligossacarídeos,agrupamentos de 3 a 10 monossacarídeos e polissacarídeos, cadeia muito grande, cujos representantes são o amido e as fibras, que necessitam ser “quebrados” na digestão para serem absorvidos, mesmo que parcialmente como é o caso das fibras.

Como ele se comporta no seu corpo?


Os carboidratos consumidos são degradados na digestão até serem reduzidos a glicose e, aí sim absorvidos no intestino e distribuídos às células dos músculos e fígado, onde são armazenados na forma de glicogênio, uma fonte de energia que será liberada conforme a necessidade do organismo.
Quando o estoque de glicogênio dentro das células musculares está completo e os níveis sanguíneos de glicose estão adequados em relação ao necessário para a produção de energia, a glicose é prontamente convertida em gordura e armazenada como triglicerídeos (tipo de gordura) nas células do tecido adiposo.
Os carboidratos de alto índice glicêmico, ou seja, aqueles com capacidade de fornecer glicose rapidamente à corrente sanguínea, invadem a circulação e podem ser ingeridos por atletas durante e após o exercício físico. Já aqueles com índice glicêmico de baixo à moderado, entram lentamente na circulação sanguínea e devem ser consumidos antes do exercício físico, pois fornecem energia contínua.
Todas as pessoas necessitam de carboidratos na dieta, pois na sua falta o indivíduo terá sintomas como fraqueza, indisposição e hipoglicemias (baixo açúcar no sangue). Em caso de jejum prolongado de carboidratos, o corpo passa a extrair dos músculos parte da energia necessária como forma alternativa de obtenção de energia, por isso, deixe de lado a tal "dieta do carboidrato", pois você necessita dele para viver saudavelmente. Em contrapartida, todas as pessoas, em especial OBESOS e DIABÉTICOS, devem ter moderação ao consumir carboidratos, principalmente nas formas refinadas, polidas e o próprio açúcar.

Vídeo ilustrativo:

Digestão de Carboidratos from Igor Martins on Vimeo.



Os representantes:

Frutose (contida nas frutas), açúcar de mesa e mel representando o grupo de carboidratos simples e arroz, pão, massas, tubérculos em geral, como batata, inhame, mandioca, mandioquinha e fibras representando os carboidratos complexos.

Dica:

Para finalizar, fica a dica: se quiser ter uma alimentação balanceada e não quiser ganhar alguns quilos indesejáveis, procure ingerir apenas uma porção de carboidrato a cada refeição. Não misture muitos alimentos do mesmo grupo alimentar em seu prato. Por exemplo, se consumir arroz, não coma batata na mesma refeição ou, se quiser ingerir os dois, diminua a quantidade de cada um dos alimentos para que você não saia fora da quantidade de carboidratos recomendada por refeição. O segredo está no equilíbrio e na moderação ao consumir esses açúcares!

Matérias relacionadas:

*http://www.patriciafan.com/2010/04/dieta-rica-em-pao-branco-pode-aumentar.html

*http://www.heart.org/HEARTORG/GettingHealthy/NutritionCenter/HealthyDietGoals/Sugars-and-Carbohydrates_UCM_303296_Article.jsp




Obrigada pela sua atenção!
Comentem, dêem sugestões de tamas e não esqueçam de responder a enquete no final da página!

Até a próxima!!!!



Texto escrito com base nos conhecimentos adquiridos na aula de química de biomoléculas, prof Paolo Di Mascio.
Bibliografia consultada: Lehninger, Principles of Biochemistry.
Revisado por: Patrícia T. Fan, nutricionista. (http://www.patriciafan.com/)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Extra!!! Sobre o curso de Nutrição da USP

À pedidos, resolvi escrever um post extra sobre o curso de Nutrição. Imagino que, além dos que pediram, muitas pessoas queiram prestar vestibular p/ essa carreira e tenham curiosidade de saber mais sobre a universidade e sobre o curso, da mesma forma que eu queria quando estava aí no lugar de vocês.
Vamos lá!

Os últimos 6 meses foram uns dos melhores da minha vida. Estar na USP, no curso que eu queria me faz muito feliz. Devo confessar que o curso e a universidade superaram as minhas expectativas. É comum ouvirmos que a USP, por ser uma universidade pública, tem muitas deficiências e deixa a desejar em algumas coisas, mas eu, particularmente, me surpreendi ao ver que tudo o que precisávamos para ter um bom desenvolvimento no curso estava ali, à nossa disposição.
Não vou generalizar, mas para o meu curso os laboratórios dispunham de tudo aquilo que era necessário para as aulas, a maioria dos professores foram muito bons e as oportunidades dentro da universidade são inúmeras. É claro que existem falhas, como qualquer universidade, mas nada que atrapalhe o desempenho do curso.
Nesse começo temos a maioria das aulas em diversos institutos da Cidade Universitária e poucas na nossa unidade: Faculdade de Saúde Pública (FSP), localizada próxima ao HC. A FSP é um lugar delicioso e dispõe de um jardim bem grande em plena São Paulo! A FSP é nossa queridinha! rs.
Pediram que eu falasse as coisas boas e as dificuldades desse primiero semestre. Uma "dificuldade" p/ mim foi almoçar no bandeijão da Cidade Universitária! haha. A comida não é boa. Eu não dei sorte de comer lá em dia de Strogonoff, que todo mundo elogia, mas quase todas as vezes que comi lá não gostei. Mas quando se tem que economizar, como é o caso da maioria, o jeito é almoçar lá mesmo, por 1,90! Uma boa notícia é que nós da Nutrição temos à nossa disposição o bandeijão da FSP que é pequeno e reservado só p/ alunos e funcionários da unidade, então, como a comida é feita pra menos pessoas, temos a impressão de que ela é feita com mais cuidado, amor e carinho. Lá é uma delícia! rs
Os veteranos falam que esse primeiro semestre é o mais sossegado. As matérias são um pouco puxadas, mas são poucas: anatomia, química de biomoléculas, histologia, biologia (com enfoque em genética) e sociologia aplicada à Nutrição. A mais difícil, na minha opinião, é histologia. Todas as matérias são muito legais e produtivas, mas sociologia desagrada um pouco o pessoal, por se aproximar mais das humanas e sair um pouco do foco das biológicas, mas ela tem um enfoque social e cultural relacionados à Nutrição que é interessante. A dificuldade das matérias me surpreenderam um pouco. Achei que fosse mais fácil, mas nada que estudar não resolva!
Em relação ao pessoal, todo mundo da Nutri é muito gente boa. O pessoal é super solícito e, como são 80 vagas por ano, não tem tanta gente assim, então a maioria se conhece! Não tem muitos meninos no curso. Pelo que eu sei, no ano que bateu record tinham 18 meninos, em 80 vagas.
Quanto as oportunidades na usp, elas são inúmeras: iniciação científica, ligas universitárias, jornadas universitárias, empresa júnior (Nutri Jr.), nutritiva, atlética, CAER, e por aí vai...
Tudo isso vocês descobrirão o que é quando entrarem p/ o melhor curso de Nutrição do país!
As vezes eu penso que estou lá há apenas 6 meses e posso estar deslumbrada com tudo aquilo, talvez o meu conceito mude até o final do curso. Mas eu disse aqui tudo o que eu realmente estou achando sobre o curso e sobre a universidade nesse momento. Eu estou amando, estou super satisfeita e aconselho você, que se interessa mesmo pela área, a não perder tempo! Estude e venha ser feliz na Nutri-USP!!!

Qualquer dúvida, me mande um email ou acesse: www.fsp.usp.br

Até segunda, com o próximo post sobre CARBOIDRATOS!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Primeiro post: Que blog é esse?

Este é o blog de uma estudante de nutrição ansiosa para aprender e disseminar o conhecimento sobre essa ciência fascinante dos alimentos.
Mas há um problema! Estou apenas no primeiro ano do curso e nesse período as nossas aulas são destinadas ao conhecimento do corpo humano, das biomoléculas e o prazer de estudar os alimentos fica guardado para os próximos anos de faculdade. Estudar o corpo humano e as biomoléculas não é algo ruim, é maravilhoso, temos matérias importantíssimas e super divertidas nesse começo, mas eu, particularmente, não vejo a hora de ter contato com aquilo que nos permite viver: o alimento; e é por isso que resolvi criar este blog.
Pensei que o blog me motivaria a pesquisar com bastante cuidado e critério sobre diversos temas ligados à alimentação e, para garantir um conteúdo seguro para você leitor, me disponho a fazer uma pesquisa eficiente em livros da universidade, em revistas científicas, sites confiáveis e, ainda, todos os textos serão revisados por uma nutricionista. Todas as fontes serão publicadas ao final de cada postagem.
Estou disposta a aprender e levar semanalmente conhecimentos novos a você. Os posts serão feitos às segundas feiras pela tarde. Esporadicamente poderá haver posts extras sobre algum evento que eu participar ou contando alguma novidade sobre o curso de nutrição. Por isso, é mais facil você acessar o RSS e receber as notícias sobre atualizações do site em seu email.

Me esforçarei para trazer um conteúdo útil à recuperação e manutenção da saúde de todos.
Conto com vocês!

Até o próximo post.