segunda-feira, 30 de agosto de 2010

TPM x Alimentação


Primeiramente vamos entender no que consiste a TPM que, ao contrário do que muitos pensam, não é um período de "frescura" da mulher, mas sim um período de desordem hormonal. Vamos lá!

Durante o período fértil, a elevação nos níveis de progesterona e estrogênio permitem que o corpo se prepare para uma possível gestação. Porém, se o óvulo não é fecundado, a produção hormonal despenca drasticamente e a menstruação acontece. Essa diminuição rápida e significativa dos hormônios, uma semana antes da menstruação, é o que provoca os sintomas desagradáveis como irritabilidade, sensibilidade, inchaços pelo corpo e outros sintomas que englobamos e chamamos tudo de isso de "TPM".

Muitas pessoas dizem não ter TPM. Isso não quer dizer que todo esse processo de queda hormonal não aconteça com ela, o que pode acontecer é algumas pessoas serem menos sensíveis à essa desordem que acontece todo mês dentro do organismo feminino.


Tem como prevenir a TPM através da alimentação?

Estudos mostram que sim. Isso porque todas as funções fisiológicas e bioquímicas são reguladas por compostos presentes nos alimentos que, se ingeridos de forma correta e balanceada, podem prevenir e auxiliar na melhora de inúmeras moléstias.
Existem alguns nutrientes que ficam em falta no período anterior à menstruação. Por isso, comer mal contribui com essa deficiência e agrava os sintomas.


O que incluir na dieta?

Alimentos ricos em cálcio, pois segundo a professora de Nutrição da ESALQ, Jocelém Salgado, o consumo do nutriente ajuda a reduzir 54% do inchaço e as variações de humor. Além disso, estudos recentes sugerem que o consumo de cálcio neste período ajuda a reduzir a vontade de atacar os doces. Mas, para tirar proveito, é necessária uma quantidade considerável de cálcio que, segundo a professora acima, só é suprida e surte efeito se tomarmos três copos de leite por dia durante essa período.
Os carboidratos complexos, como os cereais integrais, devem ser incluídos também (uma porção por dia), pois auxiliam na diminuição da tensão. Então abuse dos produtos integrais, os quais oferecem boas quantidades de magnésio, elemento que ajuda a minimizar os desconfortos.
Repor a vitamina B6 é uma boa estratégia também, pois ela é precursora da serotonina, que melhora o humor. Para isso estão liberadas as carnes (de preferência branca), nozes, banana e batata. Duas unidades de banana oferecem a quantidade necessária de B6.


Evite ao máximo:

Bebidas alcóolicas, que provocam queda de glicemia e, juntamente com todo o contexto hormonal, podem causar dores de cabeça e quadros depressivos; chás, café e refrigerantes que contém cafeína, a qual induz ao aumento da tensão e instabilidade; sal em excesso colabora para a retenção de líquidos e, consequentemente, para o inchaço; e açúcar que, em excesso, diminui ainda mais os níveis de progesterona, aumentando os sintomas pré menstruais.


O chocolate:

Há controvérsias sobre a ingestão de chocolate neste período. Ao passo que ele dá sensação de prazer e possivelmente melhora o humor pois existe no chocolate um composto químico chamado triptofano que é usado pelo cérebro para produzir serotonina, um neurotransmissor que induz sensações de prazer, ele é rico em gorduras que propicia o aparecimento de acnes, além de estar ligado ao desarranjo hormonal.
Sem contar que a quantidade de triptofano presente no chocolate é bastante pequena. Por isso, se não resistir ao chocolate neste período, é interessante que prefira os chocolates amargos, pois eles contém menos açúcar e gordura, e modere na quantidade que for consumir.


Por hoje é só!

Comentem!!!




Referências: Revista Viva Saúde - Número 87
Bioquímica Básica - Bayardo Baptista Torres e Anita Marzzoco, 3ª edição.
http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/08/21/alimentacao-e-tpm/
Revisado por: Gabriel Cairo Nunes, nutricionista (http://gabrielcaironunes.blogspot.com/)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Estilo de vida e os alimentos funcionais:


A sociedade moderna tem se tornado cada vez mais complexa, modificando os padrões de vida. Com a correria e a as atividades impostas pela contemporaneidade, as pessoas não se alimentam de forma adequada e, frequentemente, mostram sintomas de cansaço, fadiga, irritação, maior índice de doenças não transmissíveis e, até mesmo, depressão. Além disso, vivemos a era da medicalização, em que o uso de farmacos tornou-se banalizado. Pessoas utilizam remédios sem prescrição médica e, até mesmo, para prevenir doenças e dores, ao invés de fazer do alimento, algo tão comum na vida de todos, uma forma de prevenir inúmeros males relacionados à saúde.

O estado nutricional de populações vivendo em países industrializados pode ser mostrado de forma clara pelas tendências desfavoráveis de alimentação, como o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans, açúcar e sal, além da diminuição considerável do consumo de alimentos benéficos à saúde. Então temos dois problemas: Não bastasse o aumento no consumo de "alimentos ruins", houve também a diminuição do consumo de "alimentos do bem". Não é de se estranhar que a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, diabetes, hipertensão e câncer) aumente a cada ano.

Para não sermos tão pessimistas, vale lembrar que a preocupação com a saúde vem crescendo pouco a pouco em meios aos indivíduos, todavia sabemos que mudar hábitos alimentares e estilo de vida não é algo simples e rápido, mesmo as pesquisas indicando dados assustadores de que um terço dos casos de câncer está relacionado à dieta inadequada.

Mas, apesar das estatísticas indicarem que a maioria dos povos não possuem uma alimentação adequada, a baixa incidência de doenças em alguns povos chamou a atenção de pesquisadores para a dieta desses grupos, como é o caso dos esquimós e dos japoneses. Com suas alimentações baseadas em peixes e produtos do mar, ricos em ácidos graxos poliinsaturados, esses grupos apresentam ótima saúde cardiovascular.

Ou seja, a partir de estudos com o estilo de vida de povos que tinham saúde exemplar juntamente com uma dieta adequada, passou-se a estudar funções específicas de alguns alimentos, que foram chamados alimentos funcionais. Eles fazem parte de uma nova concepção de alimentos que podem ajudar a prevenir as doenças que nos ameaçam e a melhorar a qualidade da saúde das pessoas, além de minimizar sintomas comuns do dia-a-dia como fadiga, o cansaço e a irritação.

É realmente importante cada um começar a ter consciência de que para prevenir doenças é importante adotar todo um estilo de vida balanceado: noites bem dormidas, equilíbrio emocional, exercício físico e ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL que, sem dúvida, tem um peso maior do que imaginamos na prevenção e na terapia de inúmeras doenças.

Assim, a frase "Deixe o alimento ser o seu remédio e o remédio ser seu próprio alimento", exposta por Hipócrates há cerca de 2500 anos, está recebendo um interesse e sentido cada vez maior a medida que as pesquisas mostram quão grande é a intervenção dos alimentos na saúde, em especial dos famosos alimentos funcionais.


Mas enfim, qual a definição de Alimento Funcional?

Existem diferentes definições em diferentes países sobre o que é alimento funcional, mas todas elas convergem para uma definição ampla do assunto que resume: "Os alimentos funcionais são aqueles que apresentam propriedades benéficas além das nutricionais básicas, sendo apresentados na forma de alimentos comuns". Ou seja, eles são alimentos do nosso cotidiano, não são fórmulas criadas e, além disso, a definição aponta "propriedades benéficas além da nutrição" pelo fato desses alimentos não proporcionarem apenas energia ao organismo, mas sim por terem propriedades específicas que podem auxiliar na prevenção de doenças e na regulação das funções corporais.


Alguns alimentos que podem ser chamados funcionais pelas propriedades que apresentam:

- Alecrim
- Alho
- Aveia
- Cacau
- Chá verde
- Gengibre
- Linhaça
- Oleaginosas
- Orégano
- Soja
- Tomate
- Uva e Vinho
- Vegetais crucíferos
- Arroz Inegral
(Trataremos de alguns deles especificamente em posts posteriores)


Mas só comer alimentos funcionais é suficiente?

Sem querer ser repetitiva, não basta adotar um alimento funcional, por exemplo o alho, e só comer alho, sem igerir outros alimentos funcionais e sem adotar toda uma dieta equilibrada. Não vale fingir que está sendo saudável e "botar o pé na jaca" com o resto. A alimentação funcional só é funcional se combinada com uma boa qualidade de vida, na medida do possível.
É difícil falar em qualidade de vida na cidade de São Paulo, em que a poluição atmosférica sonora e a correria imperam, mas por outro lado São Paulo é uma cidade que dispõe de inúmeras academias, parques e profissionais que podem te auxiliar a conciliar correria e uma boa qualidade de vida. É importante estar consciente do poder desses alimentos funcionais, se associados a todo um equilíbrio físico e mental do indivíduo.




Se quiserem dar sugestões de temas, estou aberta às propostas.

Muito obrigada e até segunda!!!

Um abraço.



Texto escrito com base nos conhecimentos adquiridos na aula de Promoção da Saúde, profª Elaine de Azevedo.
Referência: Dolinsky, Menuela. Nutrição Funcional. (2009) - Editora Rocca.
Revisado por: Dra Fernanda Granja, Nutricionista Funcional (http://www.drafernandagranja.com)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Os rótulos dos alimentos...


As informações contidas nos rótulos dos alimentos te ajudam a escolher o produto certo quando for às compras. Produtos iguais mas de diferentes marcas possuem características diferentes que devem ser informadas nos rótulos a fim de o consumidor ter acesso às características de cada um e poder escolher conscientemente qual produto é melhor para si. Para isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) atua como órgão responsável pela regulação da Rotulagem de Alimentos Industrializados. O objetivo das regulamentações impostas pelo órgão é justamente garantir produtos de qualidade e em boas condições de higiene, visando a manutenção da saúde.

Bem, então vamos começar a entender passo a passo todos os ítens obrigatórios e proibidos em um rótulo:


O que deve aparecer?

- O nome do produto;
- Lista de ingredientes em ordem decrescente de quantidade, isto é, o ingrediente que estiver primeiro é o que está em maior quantidade e o que estiver por último estará em menor quantidade;
- Quantidade do protudo em quilogramas (kg), gramas (g) ou mililitros (ml);
- Prazo de validade (dia e mês para produtos de duração menor que três meses; mês e ano para produtos cuja duração é superior a 3 meses);
- Identificação do lote ;
- Identificação da origem do produdo;

Em 2001, entretanto, tornou-se obrigatório um ítem importante ao rótulo que hoje é comum a nós, mas antes desta data era ignorado pela maioria: a tabela Nutricional.


O que é proibido?


Com o objetivo de auxiliar o consumidor na escolha de seus alimentos, evitando que ele possa se enganar na hora das compras, foram regulamentadas algumas informações que os rótulos de alimentos não podem declarar. São elas:

- palavras, sinais ou desenhos que possam tornar a informação do rótulo falsa, insuficiente, incompreensível ou que induza ao erro;
- atribuir ao produto qualidades que não possam ser demonstradas;
- Destacar a presença ou ausência de componentes que são próprios dos alimentos. Por exemplo, declarar que leite, queijos e iogurtes são ricos em cálcio, pois todos essas alimentos já são ricos em cálcio ou ainda, declarar que óleo vegetal apresenta vitamina E, pois todo óleo vegetal apresenta vitamina E.
- Indicar que algum alimento possui propriedades terapêuticas e medicinais
- Afirmar que o produto possui ação curativa.


Informação nutricional:

Nela você deve encontrar as seguintes informações: Valor calórico, Quantidade de Carboidratos, Proteínas, Gorduras Totais, Gorduras Saturadas, Colesterol, Fibra Alimentar, Cálcio, Ferro e Sódio.
É importante estar atento à porção determinada. Todos os valores da tabela serão calculados em relação a ela. Muitas pessoas não se atentam ao detalhe da porção determinada na parte superior do rótulo e acham que os valores da tabela nutricional correspondem ao pacote inteiro de biscoitos ou ao tablete inteiro de chocolate.
Outro ponto a ser esclarecido é o que significa %VD. Isso nada mais é que o percentual que a aquela porção contribui para atingir os valores diários de cada grupo alimentar. Então, por exemplo, 1 copo (200ml) de leite integral possui 10 g de carboidratos que correspondem a 3% da quantidade de carboidratos que deve ser ingerido por dia baseando-se em uma dieta diária de 2500 Kcal.


O que é caloria?

Caloria é a energia que vem dos alimentos e o nosso corpo utiliza para inúmeras atividades. As calorias são calculadas a partir da energia que gorduras, carboidratos e proteínas presentes no alimento podem nos fornecer.


O que é mais importante olhar na tabela nutricional?

Na verdade todos os ítens presentes no rótulo são de extrema importância e relevância para a saúde do consumidor.
Mas alguns passos a seguir são: Olhar o prazo de validade e, em seguida, ir para os ingredientes. Se você for alérgico a alguma substância comumente encontrada nos alimentos, procure ver se ela está presente. Se não for alérgico, passe para o próximo passo que é observar o ingrediente em maior quantidade que, como dito acima, estará em primeiro lugar na lista de ingredientes. Ao fazer isso, verifique se esse ingrediente em maior quantidade é benéfico ou maléfico à saúde e leve isso em consideração na hora de decidir se vai ou não levar o produto.
Feito isso, procure observar que lugar da lista de ingredientes os aditivos químicos ocupam e prefira aqueles alimentos cujos aditivos ocupem os últimos lugares, o que indica que eles estão presentes em menor quantidade, ou aqueles em que os aditivos não estão presentes.
Em seguida parta para a tabela nutricional. Analise a quantidade de gorduras saturadas, trans e sódio e procure o produto com as menores quantidades desses ítens. Em seguida procure aqueles que possuam micronutrientes benéficos às saúde, como ferro e vitaminas, e dê preferência a eles.
Enfim, procure explorar todo o rótulo que é posto à sua disposição e contém informações verdadeiras regulamentadas pela ANVISA. É comum e quase involuntário pegarmos o rótulo e irmos direto para a tabela nutricional olhar as calorias e a porcentagem de gorduras e nos esquecemos de observar elementos tão maléficos quanto, como é o caso dos aditivos alimentares (conservantes, aromatizantes, espessantes, edulcorantes, etc). Muitos vão dizer: "Mas se eu for me preocupar com tudo isso não como mais nada". Realmente, vivemos uma época em que é difícil conseguir uma alimentação totalmente saudável, mas cabe a nós nos esforçarmos para, pelo menos, diminuirmos a quantidade de "coisas ruins" que ingerimos . Não custa nada dar uma olhada no rótulo e optar pelos pelos mais saudáveis possível.


Por hoje é só!
Aproveitem as dicas...

Espero por sugestões e comentários.



Referências: ANVISA, Manual de Orientação aos Consumidores (UnB e Ministério da Saúde)
http://www.anvisa.gov.br/rotulo/
Revisado por: Gabriel Cairo Nunes, nutricionista. (http://gabrielcaironunes.blogspot.com/)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Micronutrientes


Além dos macronutrientes - carboidratos, lipídeos e proteínas - os seres humanos dependem da ingestão de quantidades de vitaminas e minerais, chamados micronutrientes. Esses compostos são responsáveis pela regulação das funções orgânicas, desempenhando papel fundamental na manutenção e recuperação da saúde.

Vitaminas:

As vitaminas levam este nome devido ao bioquímico polonês, Casimir Funk, que, em 1912, batizou as vitaminas com esse nome depois de analisar o papel delas no organismo e perceber que algumas delas tinham como estrutura química base o grupo amina e eram vitais ao organismo. Aminas vitais, foram chamadas de Vitaminas pelo bioquímico polonês.
As vitaminas são substâncias que não são estocadas em níveis significativos no organismo e, por isso, devem ser supridas continuamente pela dieta.
Elas são classificadas em dois grandes grupos: vitaminas hidrossolúveis e vitaminas lipossolúveis.
- Hidrossolúveis: São aquelas que se dissolvem em água. Fazem parte desse grupo: as vitaminas do complexo B e a vitamina C. Eventuais excessos de vitaminas hidrossolúveis são eliminados na urina e raramente provocam efeitos colaterais.
- Lipossolúveis: São aquelas que se dissolvem em lipídeos. Fazem parte desse grupo as vitaminas A, D, E, K.
Estas são eliminadas mais lentamente pelo organismo e a ingestão aumentada pode trazer danos ao organismo, especialmente se o excesso for de vitaminas A e D.

Agora, vamos entender a função de cada uma das vitaminas:

Vit C: Também chamada ácido ascórbico, ela está presente em inúmeros alimentos de origem vegetal, mas é encontrada em maior quantidade nas frutas cítricas.
Durante o cozimento, em virtude da alta temperatura e da água em que o alimento está imerso, a vitamina C é perdida. Sua absorção máxima ocorre ao ingerir o alimento cru. Além disso, a vitamina C tem grande facilidade de ser oxidada quando exposta ao ar e humidade. Por isso, evite expor os alimentos ricos em vitamina C à essas condições. Consuma imediatamente após o preparo.
Essa vitamina atua como antioxidante, na manutenção do sistema imunológico, auxilia na formação de ossos e dentes, restaura a vitamina E, interfere na fixação do ferro e a sua carência pode causar o escorbuto.

Ingestão diária recomendada (adultos): 45 mg (Fonte - ANVISA/Brasil).
Principais alimentos que a contém: frutas cítricas, tomates, morangos, cerejas, pimentão-doce e brócolis.

Vit B: A vitamina B, na verdade, é um complexo de oito vitaminas. Elas possuem ação fundamental no metabolismo celular e são umas das maiores responsáveis pela manutenção da saúde emocional, mental e gastrintestinal do ser humano. As oito vitaminas são: B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 (Ácido fólico) e B12. Cada uma das oito tem uma molécula e um função específica, mas todas tem suas funções relacionadas à manutenção do sistema nervoso e gastrintestinal sadios.

Ingestão diária recomendada (adultos): Cada uma das vitaminas do complexo B possui um valor específico. Consulte aqui!
Principais alimentos que as contém: Carnes vermelhas e brancas, fígado, leite, queijos, ovos, vegetais folhosos, legumes, milho, amendoim e germe de trigo.

Vit A: Ela está relacionada com a saúde da visão, da pele e com o crescimento e diferenciação das células. O betacaroteno é uma substância precursora de vitamina A. A partir de uma molécula de betacaroteno consegue-se duas moléculas de vitamina A, mas no corpo humano, por uma série de motivos, apenas parte do betacaroteno é convertido em vitamina A e o restante é armazenado pelo organismo.
Por ser lipossolúvel, ela é melhor absorvida pelo organismo se estiver acompanhada de lipídeos e se o prato for quente, por exemplo, em forma de sopas e cremes quentes.

Ingestão diária recomendada (adultos): 600 mcg ( Fonte - ANVISA/ Brasil )
Principais alimentos que a contém: Fígado bovino, carnes, ovos, leite integral e seus derivados de maior teor lipídico (creme de leite, manteiga), hortaliças de folhas verde-escura como agrião, almeirão; frutas e legumes de cor amarelo alaranjadas como a cenoura, a manga, o mamão, tomate, milho.

Vit D: Vitamina D é o nome geral dado a um grupo de compostos lipossolúveis que são essenciais para manter o equilíbrio mineral no corpo. É também conhecida como calciferol. A vitamina D tem um papel importante em assegurar o funcionamento correcto dos músculos, nervos, coagulação do sangue, além de crescimento e mineralização de ossos, devido à sua fução de promover a absorção de cálcio.

Ingestão diária recomendada (adulto): 5 mcg (Fonte - ANVISA/Brasil).
Principais alimentos que a contém: As fontes naturais mais ricas em vitamina D são os óleos de fígado de peixe e os peixes de água salgada, tais como as sardinhas, o arenque, o salmão e a sarda. Os ovos, a carne, o leite e a manteiga também contêm pequenas quantidades.

Vit E: Também chamada de tocoferol, esta vitamina está diretamente ligada com o desenvolvimento de tecidos, de células reprodutivas e a proteção contra a oxidação das células. Alguns estudos mostram uma possível relação entre a incidência de câncer e doenças degenerativas e o baixo consumo de vitamina E. Mas, o excesso causado por possíveis suplementações de vitamina E também não é indicado. A recomendação dos nutricionistas é apenas a ingestão regular de alimentos que a contenha.
Ingestão diária recomendada (adultos): 10 mg
Principais alimentos que a contém: Nozes, cereais e óleos vegetais.

Vit K: A vitamina K é o nome genérico para diversas substâncias necessárias à coagulação normal do sangue. A deficiência de vitamina K não é muito comum, pois a vitamina é bastante distribuída nos alimentos e a síntese da mesma pelos microorganismos específicos do intestino fornece algumas quantidades da substância.

Ingestão diária recomendada (adultos): 65 mcg (Fonte - ANVISA/Brasil).
Principais alimentos que os contém: alface, couve-flor, espinafre, brócolis, repolho, chá verde, gema de ovo e, em menor proporção, nos cereais, como o trigo e a aveia.


Minerais:

Além de atuarem associados a algumas enzimas, participam de inúmeros processos importantes, inclusive são responsáveis pela dureza de ossos e dentes.
Alguns minerais essenciais: Cálcio, Sódio, Potássio, Magnésio, Ferro e Selênio.
A maioria deles são necessários na ordem de miligramas ou gramas, ou seja, em pequenas quantidades.

Alguns deles:

Cálcio: Essencial para a transmissão nervosa, coagulação do sangue e contração muscular. A deficiencia de cálcio pode causar osteoporose e osteopenia e o excesso pode causar pedras nos rins e irritabilidade. A necessidade diária de um adulto é 1g.
É encontrado em laticíneos, hortaliças (brócolis, couve-flor, couve), algas marinhas, gergelins e amêndoas.

Sódio: O sódio é um elemento de origem mineral que unido a um outro elemento, o cloro, forma o cloreto de sódio ou sal de cozinha. Os alimentos de origem vegetal são todos muito pobres em sódio, sendo praticamente inexistente nas frutas e muito escasso em cereais e leguminosas. Contudo, alguns alimentos de origem vegetal apresentam uma maior concentração de sódio: são as algas, o aipo e o espinafre. Já nos alimentos de origem animal, o sódio é bastante abundante, tal como no leite, carne, ovos e peixe. Seu excesso traz prejuízos à saúde.
Consumo diário para adultos: 2,4 g


Potássio: O potássio é um elemento de origem mineral e encontra-se em praticamente todos os tipos de alimentos, sejam de origem animal ou vegetal, embora existam em maior quantidade nos alimentos de origem vegetal. O potássio tem um papel importante para o relaxamento muscular e para a secreção de insulina através do pâncreas. Em caso de carências, a falta de potássio pode causar problemas de ritmo cardíaco e debilidade muscular.


Magnésio: O magnésio é um elemento de origem mineral que existe em boa quantidade nas sementes, nos frutos secos e nas leguminosas. O papel do magnésio na saúde é variado. Participa nas formação de dentes e ossos, ajuda na transmissão de impulsos nervosos, intervém no relaxamento muscular e na produção de energia celular.
consumo diário para adultos: 260 mg.

Ferro: As principais funções do ferro na saúde verificam-se essencialmente ao nível da formação da hemoglobina do sangue e da respiração celular. Caso se verifiquem carências de ferro, surgem sintomas gretas nos lábios, fraqueza capilar e anemia. Presente em carnes vermelhas e brancas, vegetais verde-escuros, leite e ovos.
Consumo diário para adultos: 14 mg.

Selênio: O Selênio é um mineral essencial no corpo humano. Ele intervém em várias reações químicas do organismo, tendo a função de manter a pele, cabelo e unhas saudáveis. Estudos vem mostrando que o zinco também desempenha papel antioxidante, que protege células contra os efeitos dos radicais livres. Está presente nas carnes, frutos do mar, castanhas do pará e nozes.
Consumo diário para adultos: 7 mg.


Existem inúmeros minerais e inúmeras vitaminas que não foram citados por aparecerem em quantidades muito pequenas nos alimentos e no organismo. Acima você teve acesso às principais substâncias que participam da regulação de inúmeros processos metabólicos que acontecem no corpo humano.

Para descontrair e ilustrar o conteúdo, fica o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=zSL5qiey9Ng


Aproveite as dicas!

Muito obrigada e até segunda!

Não esqueçam de responder a enquete!!!




Referências: Bioquímica básica - Bayardo B Torres e Anita Marzzoco, 3ª edição.
http://www.alimentacaosaudavel.org/Sodio.html
http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/33_98.htm

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Extra!!! Divulgação de eventos...

3º Simpósio de Obesidade na Infância e na Adolescência - HC

Organização: Marcio C. Mancini e Alfredo Halpern
Data: 7 de agosto de 2010 (Sábado), das 8h às 17h
Local: Grande Auditório do Centro de Convenções Rebouças
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 23 - São Paulo - Metrô Clínicas

Investimento:
R$ 20,00 acadêmicos da USP
R$ 30,00 acadêmicos de outras universidades
R$ 50,00 médicos, nutricionistas e outros profissionais da saúde

Mais informações no site

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Gestão do Serviço de Nutrição em Hospital Pediátrico

Carga horária: 8 horas
Data: 14/08/10

Investimento:
Profissionais: Até o dia 09/08/10 R$ 180,00 e após esta data R$ 200,00
Estudantes: Até o dia 09/08/10 R$ 150,00 e após esta data R$ 180,00

Mais informações no site



Assim que tiver mais eventos divulgarei para os interessados.

Até mais!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lipídeo: vilão ou mocinho?















Costumamos usar o nome "gordura" para englobar tudo aquilo que seja oleoso, mas na realidade o termo correto a ser usado nesse caso é "lipídeo".
O lipídeo é uma biomolécula praticamente insolúvel em água e é responsável por inúmeras funções do nosso organismo, inclusive desempenha papel fundamental na membrana de todas as nossas células.
Adiante veremos as características e a importância dele em nosso organismo, além de chegar à conclusão se ele age como vilão ou mocinho dentro de nós.

Por que lipídeos e água não se misturam?

A estrutura química dos lipídeos é diferente das outras biomoléculas. As proteínas são formadas por repetições de aminoácidos e o amido por repetições de glicoses, já os lipídeos são moléculas constituídas por cadeias contínuas de hidrocarbonetos, ou seja, cadeias cujos átomos que predominam são o carbono e o hidrogênio, o que confere aos lipídeos um caráter apolar, diferente do caráter polar da água. Por essa diferença de polaridade, um não dissolve o outro, um não se mistura ao outro.

Classificação dos lipídeos:

Os lipídeos podem assumir a forma líquida, como é o caso dos óleos, e a forma sólida ou pastosa, como é o caso das gorduras.
Mas, além dessa subdivisão, os lipídeos são classificados de acordo com a estrutura química em: ácidos graxos, trigliceróis, fosfolipídeos e colesterol.
- Ácidos graxos: Representam o grupo mais abundante de lipídeos nos seres vivos. Eles compõem outros tipos de lipídeos: os trigliceróis e os fosfolipídeos.
Os ácidos graxos podem ser saturados ou insaturados. Serão saturados se não apresentarem duplas ligações na molécula, o que confere uma característica mais sólida ao lipídeo e o torna mais "perigoso" à saúde. Serão insaturados quando apresentarem duplas ligações na cadeia, o que confere ao lipídeo uma textura mais líquida, fazendo com que ele não seja nocivo à saúde. Os ômegas 3, 6 e 9, tão conhecidos, são tipos de ácidos graxos essenciais ao organismo, pois agem na proteção contra doenças cardiovasculares.
- Trigliceróis: São lipídeos que atuam no organismo como reserva energética e causam a famosa "barriguinha".
- Fosfolipídeo: É o principal componente da membrana celular.
- Colesterol: Tão conhecido por todos, está presente na membrana de nossas células, é precursor da bile e de hormônios.

Digestão dos lipídeos:

O evento inicial da digestão dos lipídeos da alimentação começa na boca. Embora não ocorra digestão de triglicérides na boca, os lipídeos estimulam a secreção da enzima lipase lingual das glândulas salivares da base da língua. Posteriormente, quantidades de gorduras são digeridas no estômago pela enzima lipase gástrica, reduzindo parte dos triglicerídeos a ácidos graxos e glicerol. Entretanto, a etapa principal da digestão de gordura ocorre no intestino delgado, como resultado da ação da enzima lipase pancreática, vinda do pâncreas, e da bile, produzida no fígado. É importante deixar claro que a bile não é uma enzima digestiva, ela é um emulsificante de gorduras, ela apenas facilita a ação das enzimas.
Após esse processo, os ácidos graxos, o glicerol e outros subprodutos da digestão lipídica são absorvidos pela corrente sanguínea. Por ela são levados até o fígado, onde serão metabolizados.

Entenda seu exame de sangue:

No exame de sangue geralmente é pedida a contagem de lipídeos: triglicerídeos e colesterol e de lipoproteínas: HDL, LDL e VLDL. Esse controle feito nos exames é de grande importância, pois o descontrole da quantidade de lipídeos no organismo estão associados à doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e até ao câncer. Por isso, vamos entender passo a passo o que cada um representa.
Como já dito, os triglicerídeos são gordura de reserva. Quando a quantidade se ácidos graxos no sangue está elevada, eles são transformados em triglicerídeos e armazenados no tecido adiposo, ou tecido de gordura. Por isso, se o seu triglicérides está alto, é sinal de que está com gordura excessiva, procure ajuda de um profissional e modere o consumo de gorduras e carboidratos.
O colesterol é um tipo de lipídeo encontrado no sangue e, como todo lipídeo, é insolúvel em água. Mas, o sangue é 80% água, então como o colesterol consegue ser transportado pelo sangue já que não se mistura com ele? Existem estruturas quimicas chamadas lipoproteínas (HDL, LDL, VLDL) que fazem o transporte do colesterol pelo sangue.
Então, na verdade, HDL, LDL e VLDL que aparece nos exames não é colesterol, é uma lipoproteína que transporta o colesterol. Assim, se você tiver muito colesterol no sangue, você também terá muita lipoproteína para "carregá-lo".
HDL: chamado "colesterol bom", é a lipoproteína que sequestra o colesterol em excesso nos tecidos e o leva através do sangue para ser degradado no fígado.
LDL: chamado "colesterol ruim", é a lipoproteína que transporta o colesterol através do sangue para os tecidos extra-hepáticos.
VLDL: Precursor do LDL, também leva colesterol e triglicerídeos do fígado para os tecidos extra-hepáticos através do sangue.

Lipídeos e Nutrição:

O lipideos podem ser conseguidos através da alimentação ou através da produção lipídica efetuada pelo próprio organismo. Como já foi dito, os lipídeos são fundamentais para inúmeras funções orgânicas. Além das funções já citadas acima, os lipídeos desempenham a função de solvente das vitaminas A, D, E e K. Por todas as funções que essa biomolécula desempenha é necessário incluí-la na dieta, mas é importante tomar cuidado com as gorduras saturadas e trans. A gordura trans é um tipo especial de ácido graxo, formado durante o processo de hidrogenação feito para dar características de crocância, melhor textura e maior período de validade aos alimentos industrializados. Esse tipo de lipídeo é extremamente nocivo ao corpo humano. Uma série de processos faz com que essa gordura trans aumente gradativamente o risco da formação de ateromas e doenças cardiovasculares.
Alguns representantes dos diferentes tipos de lipídeos:
- Fontes de gordura sauradas, EVITE!!!: leite integral, manteiga, creme de leite, chantilly, queijos gordurosos (provolone, parmesão, mussarela), bacon, gordura das carnes, pele das aves e frituras em geral. O coco, apesar de ser um alimento natural, é rico em gordura saturada.
- Fontes de gordura insaturada, LIBERADO!!!: óleos vegetais de milho, girassol, canola, azeite, óleo de peixes, abacate, linhaça, sementes oleaginosas. Atenção!!! Esse tipo de gordura não é prejudicial no sentido de causar doenças cardiovasculares, mas em excesso pode fazer você engordar!
- Fontes de gorduras trans, EVITE!!!: Alimentos que contenham gordura vegetal hidrogenada, alimentos de massa folheada, biscoitos recheados, bolachas de água e sal, sorvetes, entre outros.

Vilão ou mocinho?

Afinal, os lipídeos são positivos ou negativos ao organismo? Na verdade ele pode se comportar como mocinho e como vilão, tudo vai depender de você.
A gordura é necessária ao organismo por desempenhar funções vitais, mas cabe a você saber dosar a quantidade e qualidade que dos lipídeos incluídos na sua dieta. Se preferir azeite para cozinhar, se preferir comer uma castanha por dia ao invés de comer um biscoito recheado, se preferir alimentos assados ao invés de fritos e se preferir peixes ao invés de carnes gordas, o lipídeo dentro de você com certeza atuará a seu favor. Mas muitos vão dizer: "Bolacha, batata frita e sorvete é tão gostoso! Eu nunca vou poder comer?". Claro que vai. Tudo é uma questão de moderação e bom senso. Procure ter na maior parte dos dias uma alimentação equilibrada optando por gorduras insaturadas para poder fazer algumas extravagâncias - como tomar sorvete e comer batata frita - em festas e fins de semana sem cometer danos graves ao seu organismo. O problema está na grande maioria que SÓ come "gordura ruim" e não ingere alimentos que tenham a capacidade de reparar os danos causados por esse mau hábito. Nesse caso, o lipídeo com certeza será o grande vilão para a sua saúde!
Faça da sua alimentação a sua fonte de saúde! Isso é possível!!!

Até o próximo post!!!


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Texto escrito com base nos conhecimentos adquiridos nas aulas de Química de Biomoléculas, prof Paolo Di Mascio e Histologia, profa Dania Emi Hamassaki.
Bibliografia: Bioquímica Básica - Anita Marzocco e Bayardo Baptista Torres.
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/lipideos.htm
Texto revisado por: Gabriel Cairo Nunes, nutricionista (http://gabrielcaironunes.blogspot.com/)