segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nutrigenômica: alimentação geneticamente personalizada



















Pode parecer clichê, mas a frase “Você é o que você come”, ganha cada vez mais força e credibilidade. Atualmente, a preocupação com a alimentação está presente no cotidiano de todos. Comer bem é essencial.

Um dos mais recentes estudos na área da nutrição é a nutrigenômica. Há mais ou menos dez anos, pesquisadores estudam a interação entre o genoma humano e os nutrientes dos alimentos visando promover a saúde por meio de uma dieta geneticamente personalizada.

Essa ciência busca entender como a nutrição compromete o equilíbrio entre e a saúde a doença por meio das mudanças na expressão e/ou na estrutura de um perfil genético individual. De maneira mais simples, pode-se dizer que é o estudo da relação entre o consumo de nutrientes e o código genético.

Assim, se os estudos evoluírem de maneira positiva, no futuro, quando você for se consultar com um nutricionista especialista na área, deverá apresentar o seu mapa genético para que ele indique qual a alimentação perfeita para o funcionamento ideal do seu organismo, pois neste mapa genético será checado como o seu metabolismo e todas as funções do seu corpo respondem a cada nutriente ingerido.

Munidos desses dados genéticos será possível que a dieta prescrita te ajude a emagrecer mais facilmente, a ser mais ativo e, de quebra, te ajude a não desenvolver câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, etc

Entretanto, para isso são necessários mais estudos a fim de que essa ciência seja realmente eficaz e precisa. Os estudos crescem cada vez mais em busca de mais e mais conhecimentos na área.

A Nutricionista especialista em Nutrição Clínica Funcional e em Fisiologia do Exercício, pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), Daniela Jobst, aponta que “Por enquanto, o mapeamento genético só é feito nos EUA, mas aqui no Brasil, em três anos aproximadamente acontecerá um boom da nutrigenômica”.



O que será necessário quando essa ciência for colocada em prática no Brasil?

É preciso decifrar o código genético de cada indivíduo que quiser uma dieta geneticamente personalizada. Ele contém todas as informações necessárias para a manutenção do corpo humano. Nele é possível, por exemplo, identificar uma tendência patológica que pode algum dia se manifestar no seu organismo.


Os nutrientes interagem:

O projeto genoma, concluído em 2003, mapeou toda a sequência de genes humanos. Hoje os pesquisadores tantam identificar quais desses genes podem ser controlados por componentes alimentares e assim determinar os alimentos que prevenirão o aparecimento de doenças nos determinados organismos.


Alimentação saudável hoje e no futuro:

Sabe-se que a alimentação saudável - aquela sugerida pelos nutricionistas hoje em dia - já é eficaz na prevenção de inúmeras doenças, entretanto não sabemos, por exemplo, se o alho é tão eficaz no organismo de uma pessoa quanto no de outra e é essa a grande descoberta da Nutrigenômica. Com ela será possível delimitar quais alimentos serão realmente eficientes no organismo de cada pessoa e qual a quantidade perfeita de cada nutriente no corpo de cada pessoa individualmente.


Vamos aguardar o desenrolar dessa ciência tão fascinante!

Até mais!



Referências: Revista Viva Saúde - Número 82
http://genetica.ufcspa.edu.br/nutric/conteudo/nutrigenomic%205.pdf
http://www.nutrigenomicabrasil.org/

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

EXTRA!!!!!!!

Hoje foi o meu primeiro dia na Liga de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas - FMUSP.


O que é uma Liga?

As Ligas Acadêmicas são grupos de alunos e professores que realizam atendimentos a pacientes com um problema específico e possuem atividades didáticas, como aulas, cursos, discussões e pesquisa.


Como participar?

Geralmente antes das ligas existe um curso relacionado ao assunto da liga e geralmente as ligas selecionam através de prova e/ou entrevista.
Algumas das ligas estão no site: http://www.dcfmusp.com.br/ligas.htm
Geralmente as ligas são direcionadas para os cursos de graduação que "tem a ver" com o assunto. A de Obesidade, por exemplo, é direcionada aos alunos de graduação em Nutrição.


Como é a Liga de Obesidade Infantil?

Consiste em tratamento clínico ambulatorial supervisionado de pacientes - crianças e pré-adolescentes - com Obesidade e Síndrome Metabólica.


O que vamos fazer lá?

Por enquanto as novas estagiárias - como fomos chamadas - vamos só acompanhar as veteranas da liga nas consultas para aprendermos os métodos utilizados e os procedimentos a serem seguidos.
Conforme formos adquirindo experiência, iniciaremos o trabalho de atendimento dos pacientes.
A liga também oferece vagas de pesquisa científica na área, a qual é feita a partir dos dados colhidos no ambulatório.


Como foi o primeiro dia?

Foi fantástico. Sempre me interessei muito pelo assunto "obesidade" e adoro crianças, então unir as duas coisas está sendo muito gostoso!
As crianças são muito diferentes, umas mais receptivas, outras menos, umas super empolgadas com o desafio de emagrecer, outras menos, mas as três que acompanhei hoje me surpreenderam na adesão ao tratamento dietético, pois achei que elas fossem bem mais resistentes a isso.
É gostoso lidar com crianças porque elas são extremamente sinceras, contam tudo o que gostam, o que não gostam e inclusive desmentem as mães! rs
Como hoje foi só o primeiro dia não tenho muitos casos para contar aqui, mas posso dizer que eu adorei a experiência e tenho certeza que será muito importante para o nosso crescimento profissional.
Qualquer novidade postarei aqui p/ vocês.

Um abraço,

Até segunda!!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Leite materno: mais que alimentar o seu filho!

O primeiro ano de vida é um momento de crescimento e desenvolvimento extraordinários. Após o primeiro ano a criança continua crescendo, porém mais lentamente. O alimento que tem papel fundamental no desenvolvimento físico e afetivo do recém nascido é o leite materno.
Todos sabem que o leite meterno é uma fonte rica de nutrientes para o bebê. Sua composição nutritiva única promove uma saúde ideal durante o primeiro ano de vida.

Entretanto, muitos não sabem que o leite materno tem inúmeras funções além da alimentação: fornecer proteção imunológica ao bebê, promover entre a mãe e o bebê laços afetivos, evitar o aparecimento de alergias e infecções, além de ajudar a protegê-lo contra o ganho excessivo de peso no futuro.


Nutrientes do leite:

A composição dos nutrientes do leite são diferentes daquela presente na dieta dos adultos. Até onde sabe a ciência, o leite materno é o alimento mais perfeito da natureza para o primeiro ano de vida. E mais, não existe "leite fraco", toda mãe produz o leite ideal para o seu filho.

O carboidrato presente no leite materno é um dissacarídeo (lactose) de fácil digestão que auxilia na absorção de cálcio, permitindo que o bebê tenha a quantidade adequada do mineral, já que está em fase de crescimento rápido e contínuo.

A quantidade de proteína do leite materno é menor que no leite de vaca, e isso é benéfico pois causa menos estresse nos rins imaturos do bebê, já que o rim tem de eliminar o produto final do metabolismo da proteína, a uréia.

Quanto aos lipídeos, o leite materno contém quantidades generosas de ácidos graxos essenciais: ácido linoléico e ácido linolênico, além de derivados do ácido aracdônico e DHA. As "gorduras" do leite são essenciais para o desenvolvimento mental e visual do bebê.

As vitaminas do leite materno são encontradas na medida certa para auxiliar no desenvolvimento e na proteção, com exceção da vitamina D que aparece em pequenas quantidades.

Dos minerais, o cálcio está em quantidades generosas e é extremamente bem absorvido por ser essencial para o crescimento e fortificação dos ossos do bebê. Outros minerais como Ferro e Zinco estão presentes em quantidades não abundantes, mas suficientes. O Sódio é escasso no leite materno, o que novamente contribui para a saúde dos rins imaturos.


Proteção:

O leite da mãe traz proteção imunológica ao bebê. Além de ser estéril em relação á contaminações patogênicas, o leite oferece anticorpos, visto que o prematuro não possui um sistema imunológico preparado para reagir contra as infecções no primeiro ano de vida.

Nos primeiros dias após o parto, os seios produzem o colostro, substância que contém principalmente soro com anticorpos e células brancas do sangue da mãe. Assim, o leite materno ajuda proteger o bebê contra infecções, principalmente aquelas que a mãe já adquiriu imunidade. Os anticorpos maternos ainda são capazes de defender o nenê de patógenos presentes no intestino. Por isso bebês amamentados têm menos infecções intestinais que os amamentados com fórmulas infantis. O colostro também fornece outros agentes eficazes na proteção intestinal, por exemplo a lactaderina, proteína do leite materno que ataca os vírus causadores de diarréia.

Outra proteção que o leite fornece é contra alergias. Comparando bebês alimentados com fórmulas infantis e com o leite materno, vê-se claramente que as reações alérgicas como asma, respiração ofegante e erupções na pele são mais frequentes nas crianças alimentadas com as fórmulas prontas e menos incidentes naqueles amamentados.


Relação mãe-bebê:

Por sermos seres racionais e emocionais, amamentar significa muito mais que "alimentar a cria" como acontece com os outros animais. Para nós, o ato de amamentar é cheio de significados e, segundo os psicólogos, é um período importante na criação dos laços afetivos entre a mãe e o bebê.

Mas para que os momentos de amamentação sejam realmente únicos e tenham eficácia no seu propósito, é necessário um ambiente tranquilo, em que mãe e filho estão em um momento de prazer. A mãe por estar conseguindo amamentar o filho de forma eficaz em um local seguro e o filho por estar exterminando uma sensação extremamente desconfortável, que chamamos de fome.

Outro fator importante é o famoso "instinto materno". Há inúmeras dicas e técnicas de como amamentar o nenem que vale a pena serem seguidas no começo, mas é importante que a mãe sinta qual é o equilíbrio do seu bebê. Os profissionais da saúde costumam fixar horários para amamentar e isso nem sempre é bom para todas as crianças. Cada bebê tem um metabolismo diferente, uns sentirão fome de três em três horas, outros de quatro em quatro e cabe aos pais perceberem o equilíbrio biológico do filho e adequarem os seus hábitos.


E quem não pode amamentar?

Muitas mães não conseguem amamentar porque a produção de leite é escassa, porque o leite empedra, ou porque os canais são entupidos, enfim...

Não é necessário apavorar-se e achar que o seu filho será um desnutrido e os laços de carinho entre vocês não existirá, pois a amamentação é apenas um fator que auxilia na criação desses laços, mas o afeto entre mãe e filho vai muito além disso.

Quanto à nutrição do bebê, existem formulas que simulam o leite materno. Elas não são tão perfeitas pois não oferecem as características imunológicas do leite humano, mas garantem uma boa nutrição do seu bebê. Entretanto, uma saída melhor é procurar a rede brasileira de bancos de leite humano.


Até quando amamentar?

Até quando você tiver leite. Deve-se amamentar até os 6 meses exclusivamente com o leite materno, não sendo necessária a complementação com água e sucos. A partir do sexto mês, as secreções digestivas do bebê começam a aumentar e a serem suficientes para digerir alimentos mais sólidos. Este é um momento em que se deve continuar amamentando, mas pode começar a introduzir as papinhas de legumes com carne ou frango desfiados e as papinhas de frutas. É importante que as mães estejam atentas aos alimentos que mais agradam o seu nenem.


Dicas de como amamentar:

Clique aqui




Aproveite as dicas e não deixe de maneira alguma de amamentar o seu filho, caso seja possível!!!

Até a próxima!

Abraços...



Referências: Ellia Whitney e Sharon Rady Rolfes, Nutrição - Vol 2.
http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=384
http://www.aap.org/