O primeiro ano de vida é um momento de crescimento e desenvolvimento extraordinários. Após o primeiro ano a criança continua crescendo, porém mais lentamente. O alimento que tem papel fundamental no desenvolvimento físico e afetivo do recém nascido é o leite materno.
Todos sabem que o leite meterno é uma fonte rica de nutrientes para o bebê. Sua composição nutritiva única promove uma saúde ideal durante o primeiro ano de vida.
Entretanto, muitos não sabem que o leite materno tem inúmeras funções além da alimentação: fornecer proteção imunológica ao bebê, promover entre a mãe e o bebê laços afetivos, evitar o aparecimento de alergias e infecções, além de ajudar a protegê-lo contra o ganho excessivo de peso no futuro.
Nutrientes do leite:
A composição dos nutrientes do leite são diferentes daquela presente na dieta dos adultos. Até onde sabe a ciência, o leite materno é o alimento mais perfeito da natureza para o primeiro ano de vida. E mais, não existe "leite fraco", toda mãe produz o leite ideal para o seu filho.
O carboidrato presente no leite materno é um dissacarídeo (lactose) de fácil digestão que auxilia na absorção de cálcio, permitindo que o bebê tenha a quantidade adequada do mineral, já que está em fase de crescimento rápido e contínuo.
A quantidade de proteína do leite materno é menor que no leite de vaca, e isso é benéfico pois causa menos estresse nos rins imaturos do bebê, já que o rim tem de eliminar o produto final do metabolismo da proteína, a uréia.
Quanto aos lipídeos, o leite materno contém quantidades generosas de ácidos graxos essenciais: ácido linoléico e ácido linolênico, além de derivados do ácido aracdônico e DHA. As "gorduras" do leite são essenciais para o desenvolvimento mental e visual do bebê.
As vitaminas do leite materno são encontradas na medida certa para auxiliar no desenvolvimento e na proteção, com exceção da vitamina D que aparece em pequenas quantidades.
Dos minerais, o cálcio está em quantidades generosas e é extremamente bem absorvido por ser essencial para o crescimento e fortificação dos ossos do bebê. Outros minerais como Ferro e Zinco estão presentes em quantidades não abundantes, mas suficientes. O Sódio é escasso no leite materno, o que novamente contribui para a saúde dos rins imaturos.
Proteção:
O leite da mãe traz proteção imunológica ao bebê. Além de ser estéril em relação á contaminações patogênicas, o leite oferece anticorpos, visto que o prematuro não possui um sistema imunológico preparado para reagir contra as infecções no primeiro ano de vida.
Nos primeiros dias após o parto, os seios produzem o colostro, substância que contém principalmente soro com anticorpos e células brancas do sangue da mãe. Assim, o leite materno ajuda proteger o bebê contra infecções, principalmente aquelas que a mãe já adquiriu imunidade. Os anticorpos maternos ainda são capazes de defender o nenê de patógenos presentes no intestino. Por isso bebês amamentados têm menos infecções intestinais que os amamentados com fórmulas infantis. O colostro também fornece outros agentes eficazes na proteção intestinal, por exemplo a lactaderina, proteína do leite materno que ataca os vírus causadores de diarréia.
Outra proteção que o leite fornece é contra alergias. Comparando bebês alimentados com fórmulas infantis e com o leite materno, vê-se claramente que as reações alérgicas como asma, respiração ofegante e erupções na pele são mais frequentes nas crianças alimentadas com as fórmulas prontas e menos incidentes naqueles amamentados.
Relação mãe-bebê:
Por sermos seres racionais e emocionais, amamentar significa muito mais que "alimentar a cria" como acontece com os outros animais. Para nós, o ato de amamentar é cheio de significados e, segundo os psicólogos, é um período importante na criação dos laços afetivos entre a mãe e o bebê.
Mas para que os momentos de amamentação sejam realmente únicos e tenham eficácia no seu propósito, é necessário um ambiente tranquilo, em que mãe e filho estão em um momento de prazer. A mãe por estar conseguindo amamentar o filho de forma eficaz em um local seguro e o filho por estar exterminando uma sensação extremamente desconfortável, que chamamos de fome.
Outro fator importante é o famoso "instinto materno". Há inúmeras dicas e técnicas de como amamentar o nenem que vale a pena serem seguidas no começo, mas é importante que a mãe sinta qual é o equilíbrio do seu bebê. Os profissionais da saúde costumam fixar horários para amamentar e isso nem sempre é bom para todas as crianças. Cada bebê tem um metabolismo diferente, uns sentirão fome de três em três horas, outros de quatro em quatro e cabe aos pais perceberem o equilíbrio biológico do filho e adequarem os seus hábitos.
E quem não pode amamentar?
Muitas mães não conseguem amamentar porque a produção de leite é escassa, porque o leite empedra, ou porque os canais são entupidos, enfim...
Não é necessário apavorar-se e achar que o seu filho será um desnutrido e os laços de carinho entre vocês não existirá, pois a amamentação é apenas um fator que auxilia na criação desses laços, mas o afeto entre mãe e filho vai muito além disso.
Quanto à nutrição do bebê, existem formulas que simulam o leite materno. Elas não são tão perfeitas pois não oferecem as características imunológicas do leite humano, mas garantem uma boa nutrição do seu bebê. Entretanto, uma saída melhor é procurar a rede brasileira de bancos de leite humano.
Até quando amamentar?
Até quando você tiver leite. Deve-se amamentar até os 6 meses exclusivamente com o leite materno, não sendo necessária a complementação com água e sucos. A partir do sexto mês, as secreções digestivas do bebê começam a aumentar e a serem suficientes para digerir alimentos mais sólidos. Este é um momento em que se deve continuar amamentando, mas pode começar a introduzir as papinhas de legumes com carne ou frango desfiados e as papinhas de frutas. É importante que as mães estejam atentas aos alimentos que mais agradam o seu nenem.
Dicas de como amamentar:
Clique aqui
Aproveite as dicas e não deixe de maneira alguma de amamentar o seu filho, caso seja possível!!!
Até a próxima!
Abraços...
Referências: Ellia Whitney e Sharon Rady Rolfes, Nutrição - Vol 2.
http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=384
http://www.aap.org/
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